A Futilidade da Sabedoria Humana em
Ajudar os Homens a Entender o Evangelho
(Cap. 1:18-31)
Vs. 18-20 – A sabedoria e a
filosofia humanas, seja ao comunicar o evangelho, seja ao recebê-lo, têm apenas
impedido os homens de ver o valor da obra de Cristo na cruz. Paulo diz: “a palavra da cruz é loucura para os que
perecem”. Os sábios deste mundo não veem a glória da Pessoa que foi nela
pendurada, nem veem o amor de Deus que deu o Seu Filho para morrer ali. Eles
não veem a santidade de Deus que exigiu tal sacrifício nem a completa ruína do
homem que deve ser julgada. A sabedoria do mundo é, portanto, exposta como
sendo sem valor e um obstáculo nas coisas divinas.
Alguns dos que ensinavam na assembleia
em Corinto estavam tentando tornar o evangelho algo intelectualmente
respeitável. Sua ocupação com a sabedoria do mundo os tornou preocupados com os
aspectos da mensagem Cristã que fossem ofensivos aos filósofos e para o público
em geral. Eles não queriam abandonar a fé; só queriam redefini-la, para que
fosse mais aceitável para os homens do mundo. Paulo mostra que simplesmente não
se pode misturar as duas, pois elas são totalmente opostas. Os princípios,
motivos e objetivos do homem são opostos aos de Deus e são apenas um obstáculo
para se entender as coisas de Deus. A mente natural do homem nunca pode
aprender a verdade de Deus, exceto pela revelação da Palavra de Deus (Jó 11:7;
1 Co 2:14). Portanto, na cruz, Deus destruiu “a sabedoria dos sábios” ao executar julgamento sobre toda a ordem
do homem segundo a carne. Agora pode ser dito: “Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste
século?” Tudo foi posto de lado (Rm 8:3).
Vs. 21-25 – Como o mundo pela sua
sabedoria provou que não pode conhecer a Deus, Deus Se agradou em abençoar o
homem em um princípio completamente diferente – a fé. Por meio da “loucura da pregação” Ele iria agora “salvar os crentes”. Isso exalta “o poder de Deus e a sabedoria de Deus”.
Não é que o mundo considera tola a forma de pregação, porque o mundo usa essa
forma também; o que é pregado que é
loucura para eles.
Vs. 26-29 – A “vocação” dos santos Coríntios foi uma excelente prova desse exato
ponto. Eles não eram da classe de grandes filósofos e sábios, nem ricos, nem
famosos na sociedade – intelecto e posição na vida geralmente é um obstáculo
para as pessoas. Paulo menciona três classes de pessoas importantes neste mundo
que geralmente tropeçam no evangelho.
- Sábios” – o altamente educado (intelecto).
- Poderosos” – os famosos e ricos (riquezas).
- Nobres” – aqueles da alta sociedade, nobreza, etc. (por nascimento).
Para ensinar a lição da futilidade
da sabedoria humana, Deus propositalmente escolheu as pessoas “loucas”, “fracas”, “vis” e as “desprezíveis” deste mundo para possuir
e comunicar Sua verdade. Desta forma, nenhum homem sábio na carne, caso se
salve, teria algo em que se vangloriar.
Vs. 30-31 – O capítulo termina com
o apóstolo falando de Cristo em glória, e o lugar do crente diante de Deus
n’Ele. Isso é visto na expressão “em
Cristo Jesus” – ATB, que se refere a Ele ressuscitado e ascendido ao alto[1].
Ele é apresentado como a fonte da verdadeira “sabedoria”. Onde está a verdadeira sabedoria então? Está no Homem
glorificado no céu! Não precisamos nos voltar para os sábios do mundo e seus
princípios de filosofia ao buscarmos por sabedoria; nós a temos em Cristo. Não
apenas o Cristão tem “sabedoria” em
Cristo, ele tem “justiça”, “santificação” e “redenção”[2].
Precisamos de justiça? Nós a temos em Cristo (2 Co 5:21). Precisamos de
santificação e redenção? Nós as temos em Cristo (Hb 10:10, 14; Rm 8:23). Tudo o
que precisamos está em Cristo! Não temos necessidade de olhar para fora d’Ele
para nada. Portanto, se deve haver qualquer glória, esta deve estar em Cristo e
no que temos n’Ele (v. 31).
Por isso, o capítulo 1 apresenta Cristo na cruz (crucificado) como a
declaração do julgamento de Deus sobre o homem na carne (Rm 8:3). Também
estabelece Cristo em glória como a
medida da posição do crente diante de Deus e suas bênçãos e recursos n’Ele (Ef
1:3).
[1] Como
regra geral, quando a Escritura diz “Jesus
Cristo”, está se referindo a Ele descendo a este mundo para cumprir a
vontade de Deus; quando a Escritura diz “Cristo
Jesus”, está se referindo a Ele ressuscitado, retornado ao céu e sentado à
direita de Seu Pai.
[2] A
sabedoria é colocada em primeiro lugar porque esse é o assunto da discussão. A
redenção é colocada por último porque se refere aos nossos corpos sendo
redimidos na vinda do Senhor.
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