sábado, 7 de julho de 2018

A Futilidade da Sabedoria Humana em Ajudar os Homens a Entender o Evangelho (Cap. 1:18-31)

A Futilidade da Sabedoria Humana em Ajudar os Homens a Entender o Evangelho
(Cap. 1:18-31)

Vs. 18-20 – A sabedoria e a filosofia humanas, seja ao comunicar o evangelho, seja ao recebê-lo, têm apenas impedido os homens de ver o valor da obra de Cristo na cruz. Paulo diz: “a palavra da cruz é loucura para os que perecem”. Os sábios deste mundo não veem a glória da Pessoa que foi nela pendurada, nem veem o amor de Deus que deu o Seu Filho para morrer ali. Eles não veem a santidade de Deus que exigiu tal sacrifício nem a completa ruína do homem que deve ser julgada. A sabedoria do mundo é, portanto, exposta como sendo sem valor e um obstáculo nas coisas divinas.
Alguns dos que ensinavam na assembleia em Corinto estavam tentando tornar o evangelho algo intelectualmente respeitável. Sua ocupação com a sabedoria do mundo os tornou preocupados com os aspectos da mensagem Cristã que fossem ofensivos aos filósofos e para o público em geral. Eles não queriam abandonar a fé; só queriam redefini-la, para que fosse mais aceitável para os homens do mundo. Paulo mostra que simplesmente não se pode misturar as duas, pois elas são totalmente opostas. Os princípios, motivos e objetivos do homem são opostos aos de Deus e são apenas um obstáculo para se entender as coisas de Deus. A mente natural do homem nunca pode aprender a verdade de Deus, exceto pela revelação da Palavra de Deus (Jó 11:7; 1 Co 2:14). Portanto, na cruz, Deus destruiu “a sabedoria dos sábios” ao executar julgamento sobre toda a ordem do homem segundo a carne. Agora pode ser dito: “Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século?” Tudo foi posto de lado (Rm 8:3).
Vs. 21-25 – Como o mundo pela sua sabedoria provou que não pode conhecer a Deus, Deus Se agradou em abençoar o homem em um princípio completamente diferente – a fé. Por meio da “loucura da pregação” Ele iria agora “salvar os crentes”. Isso exalta “o poder de Deus e a sabedoria de Deus”. Não é que o mundo considera tola a forma de pregação, porque o mundo usa essa forma também; o que é pregado que é loucura para eles.
Vs. 26-29 – A “vocação” dos santos Coríntios foi uma excelente prova desse exato ponto. Eles não eram da classe de grandes filósofos e sábios, nem ricos, nem famosos na sociedade – intelecto e posição na vida geralmente é um obstáculo para as pessoas. Paulo menciona três classes de pessoas importantes neste mundo que geralmente tropeçam no evangelho. 
  1. Sábios” – o altamente educado (intelecto).
  2. Poderosos” – os famosos e ricos (riquezas).
  3. Nobres” – aqueles da alta sociedade, nobreza, etc. (por nascimento). 

Para ensinar a lição da futilidade da sabedoria humana, Deus propositalmente escolheu as pessoas “loucas”, “fracas”, “vis” e as “desprezíveis” deste mundo para possuir e comunicar Sua verdade. Desta forma, nenhum homem sábio na carne, caso se salve, teria algo em que se vangloriar.
Vs. 30-31 – O capítulo termina com o apóstolo falando de Cristo em glória, e o lugar do crente diante de Deus n’Ele. Isso é visto na expressão “em Cristo Jesus” – ATB, que se refere a Ele ressuscitado e ascendido ao alto[1]. Ele é apresentado como a fonte da verdadeira “sabedoria”. Onde está a verdadeira sabedoria então? Está no Homem glorificado no céu! Não precisamos nos voltar para os sábios do mundo e seus princípios de filosofia ao buscarmos por sabedoria; nós a temos em Cristo. Não apenas o Cristão tem “sabedoria” em Cristo, ele tem “justiça”, “santificação” e “redenção”[2]. Precisamos de justiça? Nós a temos em Cristo (2 Co 5:21). Precisamos de santificação e redenção? Nós as temos em Cristo (Hb 10:10, 14; Rm 8:23). Tudo o que precisamos está em Cristo! Não temos necessidade de olhar para fora d’Ele para nada. Portanto, se deve haver qualquer glória, esta deve estar em Cristo e no que temos n’Ele (v. 31).
Por isso, o capítulo 1 apresenta Cristo na cruz (crucificado) como a declaração do julgamento de Deus sobre o homem na carne (Rm 8:3). Também estabelece Cristo em glória como a medida da posição do crente diante de Deus e suas bênçãos e recursos n’Ele (Ef 1:3).





[1] Como regra geral, quando a Escritura diz “Jesus Cristo”, está se referindo a Ele descendo a este mundo para cumprir a vontade de Deus; quando a Escritura diz “Cristo Jesus”, está se referindo a Ele ressuscitado, retornado ao céu e sentado à direita de Seu Pai.
[2] A sabedoria é colocada em primeiro lugar porque esse é o assunto da discussão. A redenção é colocada por último porque se refere aos nossos corpos sendo redimidos na vinda do Senhor.

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