segunda-feira, 9 de julho de 2018

4) Imitar os Caminhos do Apóstolo em Cristo (Cap. 4:6-21)


4) Imitar os Caminhos do Apóstolo em Cristo
(Cap. 4:6-21)

Vs. 6–21 – As últimas palavras sobre este assunto são direcionadas aos líderes das divisões entre os Coríntios. A maneira como estavam se comportando contribuía para a polarização dos santos em suas divisões. Paulo, portanto, tinha uma palavra para eles. Eles poderiam ajudar a neutralizar os desejos dos santos de colocá-los em um pedestal, imitando o apóstolo nos seus “caminhos que são em Cristo” (v. 17 - ATB). Por isso, Paulo aponta para sua maneira humilde de vida ao servir ao Senhor. Isso é algo que todos os santos deveriam imitar, não apenas aqueles que tomam a liderança.
Ao longo desses capítulos, Paulo “transferiu” (JND) para si e para Apolo a “aplicação” dessas coisas a respeito dos líderes dos partidos de Corinto, quando na verdade havia certos mestres em seu meio aos quais estavam se agrupando. Ele fez isso para não expor esses líderes nominalmente e evitar qualquer conflito aberto que pudesse surgir. Ele agora menciona outra razão pela qual fez isso “... para que em nós aprendais a [lição de] não [deixar vossos pensamentos] irem além do que está escrito, para que não vos ensoberbeçais [por isto], um contra o outro” (v. 6 – JND). Aqueles que ensinavam em Corinto precisavam desesperadamente “aprender” como se comportar no serviço, observando os caminhos de Paulo e de Apolo. Os apóstolos e aqueles que serviram com eles eram modelos para outros servos os seguirem. Muito ao contrário de se “ensoberbecer” com orgulho “um contra outro” (como acontecia com os mestres Coríntios), Paulo e Apolo estavam revestidos de humildade (1 Pe 5:5). Eles precisavam ser “imitadores” do apóstolo (v. 16) e imitar seus “caminhos” (v. 17). Ele trabalhou junto com os outros servos de Deus em harmonia sob o senhorio de Cristo.
No versículo 7, ele se dirige diretamente aos líderes, dizendo: “Porque, quem te diferença? E que tens tu que não tenhas recebido?” Aparentemente eles estavam se gloriando em seu dom como sendo distinto dos outros dons. Mas se, em razão do dom de um servo, ele se diferenciasse dos outros, seria apenas aquilo que recebera de Deus de qualquer maneira. Como então poderia se gloriar como se fosse algo que tivesse produzido por seu próprio poder? Usar o que Deus nos deu para promover nossa própria glória na assembleia não é mais do que uma exibição vergonhosa de orgulho não julgado. Tornar o ministério público em uma arena de competição estava apenas colaborando com o problema da divisão. O uso de um dom espiritual não é com o propósito de se exaltar, mas para a edificação do corpo de Cristo (Ef 4:16).
Era evidente que os mestres Coríntios estavam vivendo para o presente – por “agora” – e buscavam o louvor dos homens. Em contraste com isso, os verdadeiros servos de Deus viviam com vistas ao futuro – para o tribunal de Cristo – uma época que ele chama de “então” (v. 5), quando teriam o louvor de Deus. Que contraste impressionante! Isso mostra que havia algo seriamente errado na visão dos Coríntios sobre o Cristianismo. Eles estavam vivendo como “reis”, o que era completamente fora do caráter para aqueles que deveriam ser peregrinos (v. 8). Seu estilo de vida não estava de acordo com o caráter peregrino do Cristianismo. Paulo desejou que o tempo de reinar realmente tivesse chegado, e então todos os santos poderiam reinar juntos, mas não era hora para isso, pois ainda estamos vivendo no tempo da rejeição a Cristo. A atitude correta para nós agora, no tempo da ausência de Cristo, é a de luto e jejum (Mc 2:20; 2 Sm 19:24).
No versículo 9, Paulo novamente os conduz ao estilo de vida dos “apóstolos”, que eram modelos de caráter e propósito Cristãos. Ele alude ao anfiteatro Romano onde os Cristãos foram dados como alimento aos leões como um espetáculo para mostrar que os apóstolos eram igualmente um “espetáculo” para todos. No entanto, seu anfiteatro era muito maior. Era todo o universo; tanto anjos como homens (céu e Terra) estavam assistindo. E o que estavam vendo? – homens que eram rejeitados pelo mundo que os considerou “loucos”, “fracos” e “vis” (v. 10a). Os apóstolos estavam contentes em ser considerados como tais por aqueles que crucificaram seu Salvador. No entanto, os Coríntios estavam se esforçando para conquistar o favor do mundo – tentando, por seu conhecimento das coisas divinas, serem “sábios”, “fortes” e “ilustres” aos olhos do mundo (v. 10b). Tornar a revelação Cristã agradável para o homem do mundo é impossível sem comprometê-la de alguma forma, mas isso era o que os mestres Coríntios estavam essencialmente fazendo.
Por outro lado, os apóstolos estavam pagando o preço por pregar a verdade. Estavam sofrendo “fome e sede...”, etc. (v. 11). Além disso, estavam “trabalhando” com suas “próprias mãos” para apoiar seus trabalhos, o que os mestres entre os Coríntios, evidentemente, não estavam fazendo. Aparentemente eles estavam vivendo das ofertas dos santos Coríntios (1 Co 9:12). Em resumo, os apóstolos estavam sofrendo reprovações e perseguições do mundo, enquanto os Coríntios e seus mestres estavam conquistando o favor do mundo. Algo estava seriamente errado nesse cenário (vs. 12-13). Paulo disse a Timóteo: “E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2 Tm 3:12). Viver o Cristianismo normal resulta naturalmente em ser rejeitado pelo mundo.
O apóstolo queria que entendessem que estava dizendo essas coisas porque os amava, chamando-os de “meus filhos amados”. Ele os advertiu porque havia sérios perigos envolvidos em se procurar o favor do mundo (v. 14). Eles podem ter tido muitos “aios” (mestres), mas onde estavam os “pais” entre eles que apontariam fielmente esse perigo? (v. 15) Paulo, por outro lado, tinha sido um pai espiritual entre os Coríntios, sacrificando-se pelo bem dos santos. É isso que os mestres locais em torno dos quais eles estavam se agrupando, deveriam estar fazendo.
Paulo conclui suas observações dizendo: “Sejais meus imitadores” (v. 16). Este é o modelo de conduta para todos na assembleia local. Ele e os outros apóstolos andaram em humildade. Eles não procuraram um lugar neste mundo (Jr 45:5).
Para ajudar os Coríntios nessa dificuldade de divisão, Paulo enviou Timóteo para trazer à “lembrança” seus “caminhos que são em Cristo” (v. 17 - ATB) – que era o remédio divino para todas essas dificuldades. Seu modelo de conduta era para “toda a parte em cada assembleia” (v. 17 – JND). É essencial para as assembleias que sigam felizes juntas. Timóteo deveria dar suporte a isto por palavra e por conduta entre eles. Se essas coisas fossem praticadas por todos na assembleia, o problema da divisão em seu meio seria curado.

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