4) Imitar os Caminhos do Apóstolo em
Cristo
(Cap. 4:6-21)
Vs. 6–21 – As últimas palavras
sobre este assunto são direcionadas aos líderes das divisões entre os
Coríntios. A maneira como estavam se comportando contribuía para a polarização
dos santos em suas divisões. Paulo, portanto, tinha uma palavra para eles. Eles
poderiam ajudar a neutralizar os desejos dos santos de colocá-los em um
pedestal, imitando o apóstolo nos seus “caminhos
que são em Cristo” (v. 17 - ATB). Por isso, Paulo aponta para sua maneira
humilde de vida ao servir ao Senhor. Isso é algo que todos os santos deveriam
imitar, não apenas aqueles que tomam a liderança.
Ao longo desses capítulos, Paulo “transferiu” (JND) para si e para Apolo
a “aplicação” dessas coisas a
respeito dos líderes dos partidos de Corinto, quando na verdade havia certos
mestres em seu meio aos quais estavam se agrupando. Ele fez isso para não expor
esses líderes nominalmente e evitar qualquer conflito aberto que pudesse
surgir. Ele agora menciona outra razão pela qual fez isso “... para que em nós aprendais a [lição de] não [deixar vossos pensamentos] irem além do que está escrito, para que
não vos ensoberbeçais [por isto], um contra o outro” (v. 6 – JND). Aqueles que ensinavam em Corinto
precisavam desesperadamente “aprender”
como se comportar no serviço, observando os caminhos de Paulo e de Apolo. Os apóstolos
e aqueles que serviram com eles eram modelos para outros servos os seguirem.
Muito ao contrário de se “ensoberbecer”
com orgulho “um contra outro” (como acontecia
com os mestres Coríntios), Paulo e Apolo estavam revestidos de humildade (1 Pe
5:5). Eles precisavam ser “imitadores” do
apóstolo (v. 16) e imitar seus “caminhos”
(v. 17). Ele trabalhou junto com os outros servos de Deus em harmonia sob o
senhorio de Cristo.
No versículo 7, ele se dirige
diretamente aos líderes, dizendo: “Porque,
quem te diferença? E que tens tu que não tenhas recebido?” Aparentemente
eles estavam se gloriando em seu dom como sendo distinto dos outros dons. Mas
se, em razão do dom de um servo, ele se diferenciasse dos outros, seria apenas
aquilo que recebera de Deus de qualquer maneira. Como então poderia se gloriar
como se fosse algo que tivesse produzido por seu próprio poder? Usar o que Deus
nos deu para promover nossa própria glória na assembleia não é mais do que uma
exibição vergonhosa de orgulho não julgado. Tornar o ministério público em uma
arena de competição estava apenas colaborando com o problema da divisão. O uso
de um dom espiritual não é com o propósito de se exaltar, mas para a edificação
do corpo de Cristo (Ef 4:16).
Era evidente que os mestres
Coríntios estavam vivendo para o presente – por “agora” – e buscavam o louvor dos homens. Em contraste com isso, os
verdadeiros servos de Deus viviam com vistas ao futuro – para o tribunal de
Cristo – uma época que ele chama de “então”
(v. 5), quando teriam o louvor de Deus. Que contraste impressionante! Isso
mostra que havia algo seriamente errado na visão dos Coríntios sobre o
Cristianismo. Eles estavam vivendo como “reis”,
o que era completamente fora do caráter para aqueles que deveriam ser
peregrinos (v. 8). Seu estilo de vida não estava de acordo com o caráter
peregrino do Cristianismo. Paulo desejou que o tempo de reinar realmente
tivesse chegado, e então todos os santos poderiam reinar juntos, mas não era
hora para isso, pois ainda estamos vivendo no tempo da rejeição a Cristo. A
atitude correta para nós agora, no tempo da ausência de Cristo, é a de luto e
jejum (Mc 2:20; 2 Sm 19:24).
No versículo 9, Paulo novamente os conduz
ao estilo de vida dos “apóstolos”,
que eram modelos de caráter e propósito Cristãos. Ele alude ao anfiteatro
Romano onde os Cristãos foram dados como alimento aos leões como um espetáculo
para mostrar que os apóstolos eram igualmente um “espetáculo” para todos. No entanto, seu anfiteatro era muito
maior. Era todo o universo; tanto anjos como homens (céu e Terra) estavam
assistindo. E o que estavam vendo? – homens que eram rejeitados pelo mundo que
os considerou “loucos”, “fracos” e “vis” (v. 10a). Os apóstolos estavam contentes em ser considerados
como tais por aqueles que crucificaram seu Salvador. No entanto, os Coríntios
estavam se esforçando para conquistar o favor do mundo – tentando, por seu
conhecimento das coisas divinas, serem “sábios”,
“fortes” e “ilustres” aos olhos do mundo (v. 10b). Tornar a revelação Cristã agradável
para o homem do mundo é impossível sem comprometê-la de alguma forma, mas isso
era o que os mestres Coríntios estavam essencialmente fazendo.
Por outro lado, os apóstolos
estavam pagando o preço por pregar a verdade. Estavam sofrendo “fome e sede...”, etc. (v. 11). Além
disso, estavam “trabalhando” com
suas “próprias mãos” para apoiar
seus trabalhos, o que os mestres entre os Coríntios, evidentemente, não estavam
fazendo. Aparentemente eles estavam vivendo das ofertas dos santos Coríntios (1
Co 9:12). Em resumo, os apóstolos estavam sofrendo reprovações e perseguições
do mundo, enquanto os Coríntios e seus mestres estavam conquistando o favor do
mundo. Algo estava seriamente errado nesse cenário (vs. 12-13). Paulo disse a
Timóteo: “E também todos os que piamente
querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2 Tm 3:12). Viver o
Cristianismo normal resulta naturalmente em ser rejeitado pelo mundo.
O apóstolo queria que entendessem
que estava dizendo essas coisas porque os amava, chamando-os de “meus filhos amados”. Ele os advertiu
porque havia sérios perigos envolvidos em se procurar o favor do mundo (v. 14).
Eles podem ter tido muitos “aios” (mestres),
mas onde estavam os “pais” entre
eles que apontariam fielmente esse perigo? (v. 15) Paulo, por outro lado, tinha
sido um pai espiritual entre os Coríntios, sacrificando-se pelo bem dos santos.
É isso que os mestres locais em torno dos quais eles estavam se agrupando,
deveriam estar fazendo.
Paulo conclui suas observações
dizendo: “Sejais meus imitadores” (v.
16). Este é o modelo de conduta para todos na assembleia local. Ele e os outros
apóstolos andaram em humildade. Eles não procuraram um lugar neste mundo (Jr
45:5).
Para ajudar os Coríntios nessa
dificuldade de divisão, Paulo enviou Timóteo para trazer à “lembrança” seus “caminhos
que são em Cristo” (v. 17 - ATB) –
que era o remédio divino para todas essas dificuldades. Seu modelo de conduta
era para “toda a parte em cada
assembleia” (v. 17 – JND). É essencial para as assembleias que sigam
felizes juntas. Timóteo deveria dar suporte a isto por palavra e por conduta
entre eles. Se essas coisas fossem praticadas por todos na assembleia, o
problema da divisão em seu meio seria curado.
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