Casamentos problemáticos – (Cap. 7:10-24)
Nos
versículos 10-24, Paulo faz seus comentários sobre os casamentos problemáticos.
Ele considera dois cenários. O primeiro é um casamento Cristão onde ambos,
marido e mulher, são salvos (vs. 10-11). Se a esposa tiver de deixar o marido
por algum motivo (talvez por crueldade dele), ela deve permanecer separada e
não se casar novamente. Da mesma forma, o marido não deve se divorciar de sua
esposa se ela o deixar. A razão é que pode haver uma oportunidade mais tarde
para se “reconciliarem”. Se um ou
ambos seguirem em frente e se casarem novamente, isso se tornaria impossível.
Este foi um “mandamento” apostólico
do Senhor.
No segundo cenário, Paulo não estava
dando um mandamento apostólico do Senhor, mas seu conselho apostólico. Tem a
ver com um casamento de incrédulos, onde um dos cônjuges se salva. Assim,
resulta num casamento misto – um parceiro é salvo e o outro não (vs. 12-24).
Ele não está se referindo a um
Cristão que desobedeceu às Escrituras e se casou com um incrédulo. É, antes,
uma situação que prevalecia em lugares onde o evangelho era novo – onde a graça
de Deus penetra em um lar onde ambos, marido e mulher, estão perdidos, e um é
salvo. Há misericórdia nesses casos, como o apóstolo continua explicando.
Ele mostra que o parceiro incrédulo está
em um lugar de favor exterior no Cristianismo. “o marido descrente é santificado pela mulher (crente)” (v. 14). Nos tempos do Antigo
Testamento, se um Judeu se casava com um pagão, ele (ou ela) se profanava a si
mesmo (Ed 9:1-5; Ne 13:23-28). No Cristianismo, é o contrário; se a graça de
Deus trabalhou em um lar e uma pessoa foi salva, o parceiro incrédulo é
santificado por sua conexão com seu parceiro crente. Mesmo ele sendo
santificado, ainda é um incrédulo! Isso pode parecer estranho, mas é apenas uma
santificação “externa” ou “relativa”.
Em tais casamentos mistos, se houver um abandono
voluntário por parte do incrédulo, o crente está livre para se casar novamente.
Nota: o apóstolo não dá liberdade para o parceiro crente partir e se casar
novamente (vs. 15-16). Assim, a Escritura permite o novo casamento sob três condições:
- Morte (Rm 7:2; 1 Co 7:39).
- Abandono (1 Co 7:15).
- Infidelidade (Mt 19:9).
Uma vez que a tendência do coração
humano é querer mudar, nos versículos 17-24 o apóstolo passa a falar do chamado
de Deus indo às pessoas nas várias fases da vida. O princípio geral é
permanecer no estado em que a pessoa foi chamada. No entanto, se uma pessoa
puder se libertar da escravidão servil, deveria “usar” (não abusar) essa liberdade para servir ao Senhor (v. 21).
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