A Necessidade de Controle Próprio no Exercício da Liberdade Cristã
(Cap. 9:24-27)
Vs. 24-27 – Ele prossegue, mostrando que
uma pessoa precisa tomar cuidado ao tomar liberdades por outro motivo – isso
poderia ter um efeito negativo sobre si, pelo qual fica sob o poder dos
apetites carnais do corpo. Ele falou da necessidade de renúncia própria para desistir de direitos ou liberdades; agora
fala da necessidade de controle próprio
dos instintos mais básicos da natureza humana. Mais tarde falará da necessidade
de julgamento próprio (1 Co 10:12,
11:28).
Ele menciona que os atletas do mundo são
“moderados” (ATB) (têm domínio próprio)
em todas as coisas, enquanto treinam para competir por “uma coroa corruptível” em seus jogos – uma alusão aos Jogos
Olímpicos da Antiguidade (vs. 24-25; 2 Tm 2:5 – ATB). Da mesma forma, um
Cristão a serviço do Senhor também deve usar o controle próprio para ter a
aprovação do Senhor no dia vindouro de glória. Para ganhar “o prêmio”, era preciso viver e servir na vinha de Deus de acordo
com os princípios de Deus. Fazer isso exigia manter o corpo “sob” controle.
Nos versículos 26-27, Paulo usou-se como
exemplo de controle próprio. Ele teve o cuidado de não se entregar aos apetites
do corpo, mas manteve-o em “servidão”
para que não lhe fosse obstáculo no serviço. Foi dito que o corpo é um bom
servo, mas um pobre mestre.
Ele mostra que é possível para alguém
que estivesse pregando acabar como um “rejeitado”
(ATB). A palavra “rejeitado” é
traduzida em outros lugares como “reprovado”
e certamente se refere a uma alma perdida (Rm 1:28; 2 Co 13:5-7; 2 Tm 3:8; Tt
1:16). Não podemos tirar disso que um Cristão pode perder sua salvação. O
assunto em questão no capítulo é a pregação, não a salvação. É possível que uma
pessoa seja um pregador e ainda assim não seja salvo e, portanto, acabe sendo
rejeitado. Judas Iscariotes era pessoa assim. O homem do qual o Senhor falou em
Mateus 7:22 é outro exemplo. Há muitos que são assim hoje na profissão Cristã.
Ele fala disso porque havia alguns entre
eles que estavam pregando e que não pareciam ser verdadeiros de forma alguma.
Sua habitual dedicação às coisas da carne (tomando liberdades) sem controle
próprio trouxe à luz que algo estava terrivelmente errado. Se alguém continua
em tais atividades, pode ser que não seja nem mesmo salvo.
Alguns pensaram que, uma vez que a
palavra significa “desaprovado” ou “rejeitado”, Paulo estava se referindo
ao ministério de um homem sendo rejeitado, não a ele mesmo pessoalmente. Por
isso, seu ministério seria rejeitado porque sua vida estava em desordem. Isso
certamente seria verdade, mas a palavra “rejeitado”
não deve ser tomada nesse sentido limitado. Não é usada dessa maneira em outras
partes do Novo Testamento. Isso significa que a pessoa como um todo é rejeitada
porque está perdida. J. N. Darby disse: “Ser um rejeitado é ser perdido – ser
punido com a destruição eterna da presença do Senhor”. Paulo, “em figura, transferiu estas coisas a si mesmo” (1 Co 4:6 - KJV) e assim lidou com o
assunto delicadamente, não destacando ninguém em particular. O ponto que
ressalta aqui é que queria mostrar por todo o seu estilo de vida (ao manter seu
corpo em servidão) que ele não era um desses réprobos.
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