domingo, 15 de julho de 2018

2) Ressurreição Atestada por Testemunhas Oculares (Cap. 15:5-28)


2) Ressurreição Atestada por Testemunhas Oculares
(Cap. 15:5-28)

Vs. 5-28 – O apóstolo passa a enumerar fiéis testemunhas oculares que viram o Senhor depois que Ele ressuscitou dentre os mortos, confirmando assim a ressurreição. Todas essas aparições aconteceram nos “quarenta dias” após a ressurreição do Senhor (At 1:3). Elas foram chamadas Cristofanias. Observe que ele não menciona as aparições do Senhor às mulheres (Mt 28:9-10; Jo 20:11-18). Não é que elas não pudessem ser confiáveis, mas que não é lugar das irmãs serem testemunhas públicas na confirmação da ressurreição do Senhor.

Seis testemunhas

1) V. 5a – “Cefas”. Isso foi em relação à restauração privada de Pedro ao Senhor.
2) V. 5b – “Os doze”. Este é um termo administrativo e não o número real de apóstolos. O Senhor realmente apareceu a apenas dez dos apóstolos nessa ocasião (Lc 24:36-48; Jo 20:19-23). Judas havia se enforcado e Tomé não estava presente nessa ocasião. E Matias não havia sido escolhido até após serem concluídas todas as aparições da ressurreição do Senhor. Os dez outros representaram o ofício administrativo de apostolado daquela época, o que significa “os doze”.
3) V. 6 – “quinhentos irmãos”. Estes aparentemente eram crentes Galileus.
4) V. 7a – “Tiago”.
5) V. 7b – “Todos os apóstolos”.
6) V. 8 – me apareceu também a mim (Paulo).

Os efeitos práticos da doutrina da ressurreição (cap. 15:8-11)

Vs. 8-10 – Caso alguém pense que a verdade da ressurreição é meramente um credo formal do Cristianismo que não tem nenhum significado prático na vida Cristã, Paulo abre um parêntese para mostrar que tal noção é falsa. A doutrina da ressurreição de Cristo tem grande poder prático em transformar vidas. Isso mudou a vida de Paulo dramaticamente.
1)   V. 8 – Converteu–o. Seu chamado era tal que ele era “um nascido fora de tempo” (ARA) “como a um abortivo” (At 9:1-9). Esta é uma referência dele nascer prematuramente antes de um remanescente da nação de Israel crer n’Ele em um dia futuro. Ele “antecipadamente creu  em ‘o Cristo’”[1] (Ef 1:12 – JND).
2)   V. 9 – Produziu humildade nele. Sua avaliação de si mesmo era de “que não sou digno de ser chamado apóstolo”.
3)   V. 10a – Isso deu a ele um profundo senso de apreciação pela graça de Deus. Ele disse: “Mas pela graça de Deus sou o que sou”.
4)   V. 10b – Produziu um desejo ardente de servir ao Senhor com toda a sua energia. Ele disse: “antes trabalhei muito mais do que todos eles”.
1)      V. 11 – Deu poder à mensagem do evangelho que ele pregou, para que as almas sejam levadas a crer. A conversão dos Coríntios foi um exemplo. Ele diz: “... e assim haveis crido”.

As consequências solenes de negar a ressurreição (Cap. 15:12-19)

Vs. 12-19 – Paulo então se volta para declarar as consequências solenes de negar a ressurreição. As ramificações são devastadoras (Observe os sete “se” nesses versículos). Se não há ressurreição:
1) As Escrituras não são verdadeiras (v. 12).
2) O próprio Cristo não ressuscitou e, portanto, não temos um Salvador (v. 13).
3) A pregação dos apóstolos e a fé dos Coríntios foram em vão – eles acreditaram em uma fábula (v. 14).
4) Os apóstolos eram testemunhas falsas em quem não se podia confiar (vs. 15-16).
5) Os Coríntios ainda estavam em =seus pecados perante Deus e, portanto, rumo à uma eternidade perdida (v. 17).
6) Os santos que dormem pereceram (v. 18).
7) Os Cristãos seriam muito infelizes, não tendo esperança neste mundo (v. 19).

Os resultados de longo alcance da ressurreição (parêntese cap. 15:20-28)

Vs. 20-28 – Ele então abre um parêntese (JND) onde traça os resultados de longo alcance da ressurreição. Ele mostra que Deus não apenas vencerá a morte por meio da ressurreição, mas também vencerá a causa da morte, que é o pecado.
Não só Cristo ressuscitou dentre os mortos, mas também todos os homens ressuscitarão dentre os mortos – tanto os salvos como os perdidos. Ele usa dois termos para indicar isso; ele fala da ressurreição dentre os mortos” (v. 20 – ATB) e “a ressurreição dos mortos” (v. 21).
A ressurreição “dentre os mortos” também é chamada de “primeira ressurreição” e envolve somente pessoas justas (Ap 20:5). Há pelo menos dez relatos nas Escrituras de pessoas sendo ressuscitadas dentre os mortos, mas nenhuma delas pertenceu à primeira ressurreição (1 Rs 17:21-22; 2 Rs 4:34-36, 13:20-21; Mt 9:24-25; 27:52-53; Lc 7:11-15; Jo 11:38-44; At 9:36-41, 14:19-20, 20:9-12). Aqueles que se levantarem “dentre os mortos” na “primeira ressurreição” ressuscitarão em seus corpos glorificados (Fp 3:21). Cada um desses dez relatos mencionados, onde pessoas ressuscitaram dentre os mortos, tornaram a morrer e ainda aguardam a primeira ressurreição.
A “primeira ressurreição” tem três fases. Cristo foi ressuscitado primeiro como “as primícias” (v. 23; At 26:23). A segunda fase ocorrerá em Sua vinda (o Arrebatamento) quando Ele ressuscitará os justos que morreram no longo intervalo de tempo – “os que são de Cristo, na Sua vinda” (v. 23; 1 Ts 4:15-18). A terceira fase envolverá aqueles que morrerão a morte de um mártir durante o período da Tribulação. Eles serão ressuscitados ao final da Grande Tribulação (Ap 6:9-11; 14:13).
“A ressurreição dos mortos” é um termo que fala da ressurreição de uma maneira geral, que inclui os perdidos. Ele diz: “assim também todos serão vivificados em [por] Cristo” (v. 22). Os perdidos serão ressuscitados ao final dos tempos (depois do Milênio) e então serão julgados (Ap 20:11-15).
Quando o “fim” do tempo é alcançado, que é depois que o Milênio tiver terminado, o Senhor entregará o reino a Deus em um estado de perfeição. Nem Adão, Moisés, Salomão, Israel nem a Igreja mantiveram o testemunho que lhes foi confiado. Todo vaso de testemunho ao longo do tempo foi quebrado. Haverá apenas Um Administrador fiel do que foi colocado em Sua mão – Cristo. Tendo de Deus recebido o reino (Lc 19:12), manterá perfeitamente a glória de Deus nele por 1.000 anos (Is 32:1). Então, depois que o tempo tiver terminado, Ele o entregará de volta a Deus, não apenas na condição em que foi recebido, mas com uma glória aprimorada! Quando Ele o receber, nem todos os inimigos serão abatidos. Ele vai colocá-los todos sob Seus pés e reinar por 1.000 anos. “Todo o império, e toda a potestade e força” no céu e na Terra serão tratados em justiça por Cristo. A “Morte” em si será o último inimigo a ser removido (v. 26). O Senhor não devolverá o reino até que o tenha levado a um estado de perfeição. Este será o fruto da reconciliação no seu sentido mais pleno (Cl 1:20). No final, tudo na criação estará livre dos efeitos do pecado. Poderíamos imaginar que Ele entregaria a Deus um estado desordenado de coisas?
O reino será entregue ao Pai para que o Filho seja livre para dedicar-Se plenamente à Sua noiva (Ap 21:2). Ser um Homem para sempre significará que Ele “Se sujeitará àqu’Ele” (Deus) para sempre (v. 28).


[1]  “O Cristo” é uma expressão nos escritos de Paulo que se refere à união mística de Cristo, a Cabeça, e os membros do Seu corpo, pela habitação do Espírito Santo (1 Co 12:12-13 – JND).

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