A Futilidade da Sabedoria Humana em
Ajudar os Santos a Aprenderem a Verdade de Deus
(Cap. 2:1-6)
No capítulo 2, o apóstolo expõe a
futilidade da sabedoria do homem ao ensinar a verdade aos santos. Assim como a
sabedoria humana não pode ajudar uma pessoa a entender o evangelho (cap. 1),
também não pode ajudar o crente a aprender a verdade de Deus (cap. 2). Paulo
aponta para seu próprio ministério como uma demonstração disso. Ele não
permitiu a carne em si mesmo e em seu ministério para que não houvesse nenhum
obstáculo à operação do Espírito de Deus nas almas. Quando chegou a Corinto,
não fez nenhum apelo ao homem natural recusando–se a usar a “sublimidade de palavras” ou qualquer
demonstração de sabedoria humana. Ele propositadamente evitou usar tais métodos
para comunicar a verdade.
V.
1 – O estilo de sua pregação
não era “sublimidade de palavras”.
V.
2 – O tema de sua pregação era
“Cristo crucificado”.
V.
3 – O espírito que
caracterizava a sua pregação era “em
fraqueza, em temor e em grande tremor”.
V.
4 – A fonte de poder em sua
pregação era “o Espírito”.
V.
5 – A finalidade de sua
pregação era “para que a vossa fé não se
apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus”.
Vs. 6-9 – Nos versículos iniciais
do capítulo dois, Paulo se refere à sabedoria muitas vezes e em cada ocasião,
para inteiramente desconsiderá-la. Podemos concluir disso que a sabedoria é
algo que o Cristão deve desconfiar e evitar. Podemos pensar que a fé Cristã
serve apenas para sentimentos e emoções de uma pessoa e não tem nada nela para
o homem de pensamento. No entanto, Paulo não está dizendo isso. Ele disse: “Nós falamos sabedoria…” (v. 6), o que mostra que a
valorizava, mas era certo tipo de sabedoria a qual sustentava e procurava
comunicar – a sabedoria divina, que é só encontrada em Cristo (1 Co 1:30).
Além disso, ele procurou ministrar
a verdadeira sabedoria de Deus “entre os
que são perfeitos” – aqueles que eram crentes maduros ou adultos[1].
Isso mostra que Paulo não ministraria a verdade para agradar a mente filosófica
grega. Nem ministraria as coisas de Deus de uma maneira que agradasse ao
Cristão carnal. Em vez disso, procurou alcançar aqueles que, dentre os que o
ouviam, estavam andando de uma maneira espiritual, e permitir que esses
ensinassem a outros, segundo sua aptidão para isso. Não obstante, há alguns
hoje em dia que insistem que o ministério nas reuniões deveria estar no nível
do mais jovem crente. Parece que querem que tudo seja mantido num nível não
mais elevado que o da escola dominical. Mas essa não é a maneira de Paulo. Não
é que se recusou a deixar cair “alguns
punhados” para os jovens em seu ministério (Rt 2:16; 1 Co 3:1–2), mas o
principal objetivo de sua obra de ensino era alcançar os crentes maduros em sua
audiência (“os perfeitos”). Se eles
recebessem sua doutrina e fossem edificados nela, eles, por sua vez, poderiam
ensiná-la a outros. Paulo instruiu Timóteo a fazer o mesmo. Disse-lhe para
ensinar a verdade a “homens fiéis”
que ensinariam outros também (2 Tm 2:2). Ministrar àqueles que eram “perfeitos” não exigia uma maneira
intelectual de falar, pois mesmo as verdades mais profundas da Bíblia podem ser
ministradas de uma forma simples de maneira que todos que a desejem, possam
entendê-la.
Ele disse que a sabedoria de Deus é
“oculta em mistério”, que é um
segredo que só pode ser conhecido se Deus revelá-lo (v. 7). A procura filosófica
do homem nunca pode encontrá-la (Jó 11:7). Os grandes do mundo (“os príncipes”)[2]
provaram isso ao falhar em ver a sabedoria de Deus em Cristo e crucificaram “o Senhor da glória” (v. 8).
Paulo cita Isaías para provar que o
modo do homem de adquirir sabedoria e conhecimento é totalmente inadequado nas
coisas de Deus (v. 9). Os homens têm três maneiras principais de aprender: o “olho” – observação; o “ouvido” –
tradição (ouvir as coisas que foram
transmitidas pelas gerações anteriores) e o “coração” – intuição
(pelos instintos do coração). Mas observe que a passagem que ele cita está no
negativo. “O olho não viu, e o
ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem”. Esses
três métodos, por si mesmos, não podem encontrar a sabedoria de Deus. Assim, a
verdade de Deus não é descoberta pelos sentidos naturais do homem,
independentemente de quão aguçados possam ser em um indivíduo. Portanto, é
inútil usar esses métodos para aprender a verdade.
[1] “Perfeito” aqui
não significa que eles conheciam toda a verdade, mas que eles tinham “este pensamento” (“estavam assim
dispostos” – JND) nas coisas de Deus,
como Paulo, não tendo nenhum outro objetivo em suas vidas – “uma coisa faço...” (Fp 3:15). Alguns
entre eles eram evidentemente assim, como mostra o capítulo 16:15-18. Mesmo um
jovem crente pode ser “perfeito”
nesse sentido.
[2] Os gregos eram os “príncipes” intelectuais naquela época,
e os Judeus eram os “príncipes”
inigualáveis em assuntos relacionados com a religião. Tanto os Judeus como os
Gentios, liderados por seus príncipes, uniram–se para rejeitar e crucificar
Cristo (At 2:23). Esta é a maior prova de que a sabedoria que emana do homem
caído é inútil.
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