sábado, 7 de julho de 2018

A Futilidade da Sabedoria Humana em Ajudar os Santos a Aprenderem a Verdade de Deus (Cap. 2:1-6)

A Futilidade da Sabedoria Humana em Ajudar os Santos a Aprenderem a Verdade de Deus
(Cap. 2:1-6)


No capítulo 2, o apóstolo expõe a futilidade da sabedoria do homem ao ensinar a verdade aos santos. Assim como a sabedoria humana não pode ajudar uma pessoa a entender o evangelho (cap. 1), também não pode ajudar o crente a aprender a verdade de Deus (cap. 2). Paulo aponta para seu próprio ministério como uma demonstração disso. Ele não permitiu a carne em si mesmo e em seu ministério para que não houvesse nenhum obstáculo à operação do Espírito de Deus nas almas. Quando chegou a Corinto, não fez nenhum apelo ao homem natural recusando–se a usar a “sublimidade de palavras” ou qualquer demonstração de sabedoria humana. Ele propositadamente evitou usar tais métodos para comunicar a verdade.
V. 1 – O estilo de sua pregação não era “sublimidade de palavras”.
V. 2 – O tema de sua pregação era “Cristo crucificado”.
V. 3 – O espírito que caracterizava a sua pregação era “em fraqueza, em temor e em grande tremor”.
V. 4 – A fonte de poder em sua pregação era “o Espírito”.
V. 5 – A finalidade de sua pregação era “para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus”.
Vs. 6-9 – Nos versículos iniciais do capítulo dois, Paulo se refere à sabedoria muitas vezes e em cada ocasião, para inteiramente desconsiderá-la. Podemos concluir disso que a sabedoria é algo que o Cristão deve desconfiar e evitar. Podemos pensar que a fé Cristã serve apenas para sentimentos e emoções de uma pessoa e não tem nada nela para o homem de pensamento. No entanto, Paulo não está dizendo isso. Ele disse: “Nós falamos sabedoria (v. 6), o que mostra que a valorizava, mas era certo tipo de sabedoria a qual sustentava e procurava comunicar – a sabedoria divina, que é só encontrada em Cristo (1 Co 1:30).
Além disso, ele procurou ministrar a verdadeira sabedoria de Deus “entre os que são perfeitos” – aqueles que eram crentes maduros ou adultos[1]. Isso mostra que Paulo não ministraria a verdade para agradar a mente filosófica grega. Nem ministraria as coisas de Deus de uma maneira que agradasse ao Cristão carnal. Em vez disso, procurou alcançar aqueles que, dentre os que o ouviam, estavam andando de uma maneira espiritual, e permitir que esses ensinassem a outros, segundo sua aptidão para isso. Não obstante, há alguns hoje em dia que insistem que o ministério nas reuniões deveria estar no nível do mais jovem crente. Parece que querem que tudo seja mantido num nível não mais elevado que o da escola dominical. Mas essa não é a maneira de Paulo. Não é que se recusou a deixar cair “alguns punhados” para os jovens em seu ministério (Rt 2:16; 1 Co 3:1–2), mas o principal objetivo de sua obra de ensino era alcançar os crentes maduros em sua audiência (“os perfeitos”). Se eles recebessem sua doutrina e fossem edificados nela, eles, por sua vez, poderiam ensiná-la a outros. Paulo instruiu Timóteo a fazer o mesmo. Disse-lhe para ensinar a verdade a “homens fiéis” que ensinariam outros também (2 Tm 2:2). Ministrar àqueles que eram “perfeitos” não exigia uma maneira intelectual de falar, pois mesmo as verdades mais profundas da Bíblia podem ser ministradas de uma forma simples de maneira que todos que a desejem, possam entendê-la.
Ele disse que a sabedoria de Deus é “oculta em mistério”, que é um segredo que só pode ser conhecido se Deus revelá-lo (v. 7). A procura filosófica do homem nunca pode encontrá-la (Jó 11:7). Os grandes do mundo (“os príncipes”)[2] provaram isso ao falhar em ver a sabedoria de Deus em Cristo e crucificaram “o Senhor da glória” (v. 8).
Paulo cita Isaías para provar que o modo do homem de adquirir sabedoria e conhecimento é totalmente inadequado nas coisas de Deus (v. 9). Os homens têm três maneiras principais de aprender: o “olho”observação; o “ouvido”tradição (ouvir as coisas que foram transmitidas pelas gerações anteriores) e o “coração”intuição (pelos instintos do coração). Mas observe que a passagem que ele cita está no negativo. “O olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem”. Esses três métodos, por si mesmos, não podem encontrar a sabedoria de Deus. Assim, a verdade de Deus não é descoberta pelos sentidos naturais do homem, independentemente de quão aguçados possam ser em um indivíduo. Portanto, é inútil usar esses métodos para aprender a verdade.




[1] “Perfeito” aqui não significa que eles conheciam toda a verdade, mas que eles tinham “este pensamento” (“estavam assim dispostos”JND) nas coisas de Deus, como Paulo, não tendo nenhum outro objetivo em suas vidas – “uma coisa faço...” (Fp 3:15). Alguns entre eles eram evidentemente assim, como mostra o capítulo 16:15-18. Mesmo um jovem crente pode ser “perfeito” nesse sentido.
[2] Os gregos eram os “príncipes” intelectuais naquela época, e os Judeus eram os “príncipes” inigualáveis em assuntos relacionados com a religião. Tanto os Judeus como os Gentios, liderados por seus príncipes, uniram–se para rejeitar e crucificar Cristo (At 2:23). Esta é a maior prova de que a sabedoria que emana do homem caído é inútil.

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