3) Ressurreição Atestada nas Convicções de Cristãos Piedosos
(Cap. 15:29-34)
Vs. 29-34 – O apóstolo retoma seu
argumento para o fato da ressurreição, fazendo algumas perguntas. Elas giram em
torno das convicções de Cristãos piedosos e sinceros.
Ao falar sobre ser “batizado pelos [no
lugar de] mortos”, Paulo não estava
ensinando que se uma pessoa morresse em seus pecados, ela poderia ser ajudada
por alguém sendo batizado em seu nome. Se a Escritura ensina que uma pessoa não
pode salvar-se ao ser batizada (1 Pe 3:21), então certamente não pode salvar
outra pessoa por meio desse ato. Os “mortos”
mencionados aqui não são pessoas perdidas, mas Cristãos que terminaram sua vida
de serviço no testemunho pelo Senhor e foram estar com Ele. Aqueles que estavam
sendo “batizados pelos [no lugar dos] mortos” eram novos crentes que estavam
sendo salvos e entrando nas fileiras do testemunho Cristão “em lugar de” aqueles que haviam morrido. O batismo é a maneira
formal pela qual alguém ocupa seu lugar nas fileiras Cristãs.
Naqueles dias, havia uma probabilidade
muito alta de que, se alguém recebesse a Cristo como seu Salvador, e então
fosse batizado, pudesse morrer como um mártir. Paulo menciona esse risco em sua
vida, dizendo: “cada dia morro”. Ele
estava se referindo ao seu encontro com homens bárbaros em Éfeso, a quem ele
chama de “bestas” (At 19:23-41; 1 Co
16:8-9). Ele estava falando de sua exposição à morte física diariamente, e não
alguma aplicação experimental da morte em sua alma, como alguns pensavam. Não
há exortação para o Cristão morrer. Ele está morto posicionalmente (Rm 6:2).
O ponto que Paulo estava frisando era
que havia uma possibilidade muito real de ser morto ao entrar no terreno do
testemunho Cristão. Sua pergunta era: por que alguém iria querer entrar naquele
terreno e provavelmente morrer se não houvesse esperança após a morte? Por que
alguém iria querer colocar sua vida “toda
a hora em perigo” se não houvesse nada além dessa vida para o que se viver?
Por que então os crentes estariam dispostos a suportar a perseguição e fazer
sacrifícios?
O ponto do apóstolo é que as convicções
dos Cristãos ao estarem dispostos a defender Cristo sustentam um testemunho
convincente do fato de que existe tal coisa como ressurreição. Essas pessoas
estavam tão profundamente convencidas disso que estavam dispostas a colocar
suas vidas em risco. Negar a ressurreição apenas destrói os incentivos para se
viver e servir ao Senhor. Se não houvesse nada além da morte, a pessoa poderia
simplesmente dizer: “Comamos e bebamos,
que amanhã morreremos” (v. 32). O motivo que compele à correta vida e
serviço Cristão é que há tudo para o que se viver depois da morte. Por que se
preocupar em viver uma vida santa? Por que se preocupar em servir ao Senhor, se
não fosse assim?
Paulo relaciona a falta de entendimento
deles sobre este ponto fundamental da fé Cristã com as más associações. Ele
diz: “as más conversações corrompem os
bons costumes” (v. 33). Os Coríntios tiveram contato com maus mestres, e
isso os afetou de maneira negativa. O apóstolo adverte que as consequências de
se absorver tal doutrina errônea sobre a ressurreição também leva à má moral.
(Algumas versões traduzem “costumes”
como “moral”) É um fato; má doutrina
leva à má prática. Isso corrompe a boa moral. Ele os exorta, portanto, a “vigiar” para a justiça prática “e não pecar”. Tais más conversações
eram um pecado, e os estavam corrompendo. Eles precisavam se separar de tais
mestres que os estavam corrompendo. Ele trata longamente disso em sua segunda
epístola.
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