sábado, 7 de julho de 2018

Como a Verdadeira Sabedoria é Adquirida (Cap. 2:7-16)

Como a Verdadeira Sabedoria é Adquirida (Cap. 2:7-16)

A questão segue naturalmente: Como então a verdadeira sabedoria é adquirida? Na segunda metade do capítulo, Paulo mostra que a verdadeira sabedoria vem toda de Deus, que é a Sua fonte, e que só pode ser aprendida pelo poder do Espírito de Deus. Do versículo 7 até o final do capítulo, ele traça uma série de coisas pelas quais Deus nos trouxe à verdade. Em primeiro lugar, ela foi ordenada (“predeterminada” – JND) antes dos séculos terem começado – antes de tudo o que é natural ter sido criado. Uma vez que ela existia antes das coisas naturais, está completamente fora do alcance das coisas naturais. Por isso, os homens naturais, embora inteligentes, não a conhecem por instrução natural deles. A maior prova disso é que os “príncipes deste mundo” crucificaram Cristo (v. 8).
V. 9b – Em segundo lugar, a verdade de Deus tinha de ser “preparada” para nós. Deus não poderia dar essas coisas preciosas aos homens, exceto sobre uma base justa, que foi colocada por Cristo realizando a redenção. Sua obra de redenção preparou o caminho para Deus trazê-la a nós.
Vs. 10-12 – Em terceiro lugar, o que foi ordenado e preparado para os homens redimidos exigiu o poder do Espírito de Deus para que lhes fosse entregue. Por isso, foi “revelado” aos vasos especiais (os apóstolos) “pelo Seu Espírito”, que foram levantados com o propósito de levar a verdade aos santos. “Nós [no-las] no versículo 10 se refere aos apóstolos. A eles foram dadas revelações especiais da verdade com o propósito de nos entregá-las, para que “pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus”. “As profundezas de Deus” não são profecias, mas a verdade do mistério de Cristo e da Igreja, e todas as verdades relacionadas com a posição e prática Cristãs, que até então estiveram “ocultas” no coração de Deus (Ef 3:9; Cl 1:26).
V. 13 – Em quarto lugar, os meios pelos quais os apóstolos comunicavam a verdade aos santos era por meio de “palavras” divinamente dadas. Não são necessariamente as palavras que homens sábios intelectuais do mundo usariam, “mas com aquelas ensinadas pelo Espírito, comunicando coisas espirituais por meios espirituais” (JND). Os apóstolos, independentemente de quão piedosos e dotados fossem, eram apenas homens com limitações humanas. Eles não tinham poder em si mesmos para transmitir a verdade aos santos na absoluta fidelidade e perfeição em que lhes fora revelada. Por isso, uma ação adicional do Espírito era necessária. Os “meios” espirituais pelos quais eles comunicaram a verdade são inspiração divina. Na Igreja primitiva, os apóstolos tornaram a verdade conhecida aos santos pelo ministério oral, mas também foram, por inspiração, levados a escrevê-la para nós nas Escrituras do Novo Testamento. Isso é chamado de “inspiração verbal”, que é o pensamento de Deus transmitido em “palavras” escolhidas por Deus. Alguns pensaram que “comunicando coisas espirituais por meios espirituais” (JND) estaria se referindo aos nossos trabalhos no ministério Cristão de comunicar a verdade a outros. Mas este versículo não está realmente falando de nosso ministério, mas do trabalho dos apóstolos sob inspiração.
Vs. 14-16 – Em quinto lugar, há ainda mais uma coisa necessária para que a verdade seja recebida e entendida pelos santos. Tem de ser espiritualmente “discernida”. Ter uma alma salva com uma nova vida não é suficiente para receber a verdade; o crente precisa do Espírito de Deus habitando em si para ajudá-lo a apropriá-la. Isso é chamado de iluminação. O Espírito de Deus ilumina a alma, fazendo com que o crente entenda a verdade. No entanto, ser “espiritual” é mais do que apenas possuir o Espírito, implica uma condição em que a pessoa está sob o controle do Espírito. Isso mostra que um estado espiritual de alma em nós é imperativo para aprendermos a verdade. Se andarmos no poder do Espírito de Deus não contristado, Ele nos dará o discernimento espiritual para conhecer a verdade (1 Jo 2:20-21, 27). “O homem natural” (a alma perdida) não pode receber as coisas de Deus porque não tem capacidade espiritual para fazê-lo. “Mas o que é espiritual discerne bem tudo”.
Essas cinco coisas mostram que Deus trabalha de ambos os lados ao trazer a verdade aos santos. Ele ordena e prepara a verdade, depois a revela aos apóstolos, inspirando-os a escrevê-la nas Sagradas Escrituras. Mas então Ele também trabalha nos santos para produzir um estado de alma pelo qual são iluminados e são capacitados a assimilar a verdade.
Por isso, em conexão com o dar e o receber a verdade de Deus, existem cinco elos:
1) Ordenação (v. 7)
2) Preparação (v. 9)
3) Revelação (v. 10)
4) Inspiração (v. 13)
5) Iluminação (vs. 14-16)

Em resumo dos dois primeiros capítulos, Paulo declarou duas grandes coisas para a correção e bênção da assembleia em Corinto – a cruz de Cristo e o Espírito de Deus. A cruz exclui o homem e o Espírito introduz a Deus. O grande resultado é que os santos são instruídos na “mente de Cristo” (v. 16), o que significa que eles têm a capacidade de pensar em termos espirituais e conhecer a verdade de Deus. Mas observe: todo esse processo de nos trazer a verdade está completamente fora dos recursos do homem natural e de sua sabedoria. Isso prova conclusivamente que a sabedoria e a filosofia do homem são inúteis nas coisas de Deus e não devem receber lugar na assembleia.
Se há agora algum obstáculo aos Cristãos que estão aprendendo a verdade, isso tem a ver totalmente com o estado de alma deles. Se não entendermos uma parte específica das Escrituras, é por que:
1) Nós não lemos a passagem com o cuidado suficiente.
2) Trouxemos ideias preconcebidas para a Palavra e estamos tentando interpretar as Escrituras a partir desses conceitos.
3) Nossa vontade está agindo e não queremos a verdade.

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