terça-feira, 10 de julho de 2018

3) A Pureza da Assembleia (Cap. 5:6-11)


3) A Pureza da Assembleia
(Cap. 5:6-11)

Vs. 6-11 – O apóstolo menciona uma terceira razão pela qual a excomunhão era necessária. Visto que a santidade convém à casa de Deus (Sl 93:5), a assembleia é responsável por manter a santidade em seu meio. Há duas razões para isso: primeiro, a fim de que ali seja um lugar adequado para o Senhor habitar no meio; e em segundo lugar, para que o caráter de levedura do mal não permeie toda a assembleia, e muitos sejam afetados pelo mal e sigam tais caminhos.
Para ensinar esta importante lição, Paulo usa a ilustração de um pouco de massa. Assim como o fermento em uma parte da massa permeia toda a massa, também o mal deixado sem ser julgado na assembleia se espalha. “Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa?” (v. 6) Isso ensina a importante lição de que a associação com o mal contamina. Isto é verdade independentemente se é mal doutrinário (2 Tm 2:16-18; 2 Jo 9-11; Gl 5:9), mal moral (Js 7:11; Jz 20:13), ou associação eclesiástica (1 Co 10:15-23; Ag 2:11-13).
Mesmo que não cometamos o pecado, mas se estamos em comunhão com uma pessoa que o comete, estamos associados a ele. O princípio da associação com o mal é ilustrado no caso do pecado de Acã. Quando ele pecou, Deus disse: “Israel pecou” (Js 7:11). Nada mais claramente condena a falsa ideia de que o pecado em uma pessoa concerne somente àquela pessoa e não envolve os outros com quem ela está em comunhão. Muito pelo contrário, Deus olha para a tolerância do mal em uma assembleia como cumplicidade com o mal. A responsabilidade da assembleia dos Coríntios era “Alimpai–vos pois do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento”. O apóstolo queria que eles elevassem seu estado coletivo à posição que tinham diante de Deus como “sem fermento” (v. 7). Eles precisavam ser na prática o que eram em posição. Excluir o fermento na assembleia, colocando o homem incestuoso fora da comunhão, produziria isso em um sentido coletivo.
Assim, o apóstolo queria que eles “fizessem festa”, não com indiferença ao pecado, mas “com os asmos da sinceridade e da verdade” (v. 8). “A festa” não é apenas o comer a Ceia do Senhor, mas refere-se a todo o período da vida do crente na Terra. Toda a nossa vida deveria ser uma “festa” de comunhão com Deus que é separado do pecado. Não é para ser mantida com “fermento velho”, que é uma referência aos pecados pré-conversão que podem surgir na vida de um crente.
Nos versículos 9-10, o apóstolo mostra que o exercício da santa disciplina só pode ser praticado dentro do círculo Cristão. Tentar exercer tal disciplina para com o homem do mundo seria impossível. O Cristão não tem nada a ver com tentar acertar o mundo. Ao dizer “Isto não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo”, ele estava fazendo concessões para tais situações em que o Cristão poderia ter a obrigação de comer uma refeição com um fornicador incrédulo deste mundo – talvez com um empregador. Ele explica que, para tentar aplicar disciplina aos perdidos deste mundo, seria preciso “sair do mundo” completamente, o que é impossível.
Ele se apressa para dizer que se “aquele que, dizendo-se irmão” estiver em pecado, “não vos associeis [mistureis – JND](v.11) com ele. Ou seja, não devemos manter companhia ou mostrar qualquer comunhão para com ele – até mesmo para comer uma simples refeição. Sendo evitado pela comunidade Cristã, o homem seria levado a sentir a seriedade do que fez e o arrependimento começaria a trabalhar em sua alma.
O apóstolo também menciona que a necessidade de excomunhão não deveria ser restrita a um “devasso”, mas incluiria uma pessoa “avarenta”, ou um “idólatra”, “maldizente”, “beberrão”, um “roubador” etc. Não é uma lista completa, pois um homicida e um blasfemo não estão nomeados, mas certamente seriam excomungados, como os outros.

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