Três razões para a interrupção dos dons de “sinais”
1)
Os dons de “sinais” foram dados por
Deus para render um testemunho a Israel de que Deus estava prestes a trazer o
reino como prometido pelos profetas do Antigo Testamento. Hebreus 2:4 diz: “Testificando também Deus com eles [os
Judeus], por sinais, e milagres, e
várias maravilhas e dons do Espírito Santo”. Também 1 Coríntios 14:21-22
diz: “Por gente doutras línguas, e por
outros lábios, falarei a este povo (Israel); e ainda assim Me não ouvirão, diz o Senhor. De sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis [crentes – JND], mas para os infiéis [incrédulos
– JND]”. Veja também Atos 2:22.
Curas, línguas e milagres foram uma demonstração das “virtudes do século futuro” – o Milênio (Hb 6:5). Se os Judeus
tivessem recebido o Messias (Cristo) conforme apresentado no evangelho, Ele
teria estabelecido o reino com todas essas bênçãos exteriores.
O
tempo da “visitação” de Jeová à
nação havia chegado com a vinda do Senhor Jesus (Lc 1:78, 19:44), mas mesmo com
todos aqueles sinais e maravilhas que rodeavam Seu ministério (Lc 7:22), a
nação não iria reconhecê-la. Os Judeus rejeitaram todos esses testemunhos de
Deus – tanto no ministério do Senhor Jesus como registrado nos quatro
evangelhos como no ministério dos apóstolos nos primeiros capítulos de Atos.
Por isso, eles foram, como nação, colocados de lado por um tempo nos caminhos
de Deus. Enquanto isso, Ele “visitou os
gentios, para tomar deles um
povo para o Seu nome”, que comporia a Igreja (At 15:14). Veja também
Romanos 11:11. Como Deus não está mais oferecendo o reino para Israel, esses
sinais não são mais necessários para esse propósito.
2)
Visto que Israel foi colocado de lado nos caminhos dispensacionais de Deus, e
Ele está alcançando os gentios com o evangelho, os dons de sinais também foram
usados para dar testemunho ao mundo de que Deus havia estabelecido algo novo na
Terra – o Testemunho Cristão. Eles eram um complemento à Palavra de Deus
pregada, usada para autenticar o ministério dos apóstolos como sendo enviado
por Deus. Romanos 15:18-19 diz: “porque
não ousarei falar de coisa alguma senão daquelas que Cristo fez por meio de
mim, para obediência dos gentios, por palavra e por obra, no poder de milagres
e prodígios, no poder do Espírito Santo”. Marcos 16:16-20 – ATB confirma
que essas coisas seguiriam os servos do Senhor quando alcançassem as nações.
Agora
que o testemunho Cristão foi estabelecido na Terra e o fundamento da Igreja foi
colocado (Ef 2:20), essas coisas não são mais usadas. Um exame superficial da
história da Igreja testemunha esse fato. Não há registro de dons miraculosos
sendo usados após o primeiro século – exceto por algum raro apóstata ou
impostor (2 Tm 3:8). As Escrituras não prometem que os dons miraculosos de “sinais” continuariam, mas diz que os
dons para edificação continuarão até que a Igreja atinja a perfeição, que é
quando o Senhor vier (Ef 4:11-13).
3)
Outra razão para a interrupção dos dons de “sinais”
é a ruína do testemunho da Igreja. No início, a Igreja era uma companhia
separada, desposada com o Senhor como uma virgem casta que esperava a vinda do
seu Senhor. Estava então, em um bom estado. O deleite do Senhor era regalar-lhe
muitos sinais de Seu poder e glória naqueles primeiros dias (At 4:33; 1 Co
1:7). No entanto, com o passar do tempo, a Igreja começou a se desviar e a desavença, o pecado e o fracasso apareceram.
Isso na verdade começou já no primeiro século. Naturalmente isso entristeceu o
Senhor e houve alguma reserva de Sua parte em conceder à Igreja os sinais de
Seu poder, como uma vez o fez. A Igreja hoje se afastou para bem longe das
intenções originais de Deus com muita ruína, fracasso e infidelidade. De fato,
há tanta indiferença aos apelos de Cristo na ordem feita pelo homem na Igreja
hoje em dia, que uma pessoa não saberia que é a mesma Igreja que lemos na Palavra
de Deus (Mt 13:31-32). Portanto, não podemos esperar ver hoje os dons
miraculosos dos dias do Pentecostes. Se o fizesse, o Senhor estaria desculpando
o fraco estado da Igreja. Na melhor das hipóteses, a Igreja hoje só pode se
orgulhar de ter “pouca força” (Ap
3:8).
V. 13 – “Fé” e “esperança” são
bons companheiros de viagem enquanto estamos aqui no deserto, mas nos
separaremos delas à porta do céu. Somente o “amor” pode alcançar a distância da eternidade. Ele é superior a
todos os dons.
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