domingo, 15 de julho de 2018

O Lugar das Irmãs em Reuniões Públicas


O Lugar das Irmãs em Reuniões Públicas
(Cap. 14:34-40)

Vs. 34-35 – Na igreja de Corinto, as irmãs estavam falando nas reuniões de ministério. Pode ser que estivessem fazendo perguntas. O apóstolo aproveita esta oportunidade para mostrar o lugar que Deus quer que as irmãs tenham nas reuniões públicas. Elas não deveriam “falar”, mas “estarem sujeitas, como também ordena a lei”. Quando uma irmã exerce seu dom de ministrar a Palavra, é chamada de “profetisa” (veja 2 Rs 22:14). Mas Paulo disse no versículo 29: “E falem dois ou três profetas”. Ele não disse: “E falem dois ou três profetas e profetisas”.
Alguns pensaram que Paulo não estava proibindo as irmãs de ministrar a Palavra, mas simplesmente restringindo sua tendência de conversar umas com as outras enquanto ocorriam as reuniões, e assim perturbando. No entanto, a palavra “falar” aqui é a mesma palavra usada no versículo 29, que se refere aos irmãos (profetas) falando das Escrituras. Se aqui isso significa conversar, então lá significa conversar! Achamos difícil acreditar que o apóstolo estava encorajando os “profetas” a conversarem na reunião, em vez de ministrarem a Palavra. Portanto, concluímos que as irmãs estavam falando de coisas espirituais, talvez fazendo perguntas nas reuniões.
A solução de Paulo para as perguntas que as irmãs pudessem ter, seria perguntar aos seus maridos no ambiente doméstico, e não nas reuniões. Ele disse: “interroguem em casa a seus próprios maridos”. Alguns se perguntam o que as irmãs deveriam fazer se não tivessem marido. A resposta está no fato de que a palavra “maridos” não se refere exclusivamente a homens casados, mas sim a homens da família. A palavra “maridos” também pode ser traduzida como “homens” e talvez devesse ser traduzida assim aqui (At 1:16; 13:38). Portanto, se uma irmã não tivesse marido, ela poderia perguntar a um dos irmãos.
Paulo não proibiu as irmãs de orarem ou profetizarem. 1 Coríntios 11:5 permite tal atividade (veja também At 21:9). Contudo, este capítulo afirma claramente que tal ministério das mulheres não é permitido “nas assembleias”. A esfera das irmãs para profetizar é a esfera doméstica, fora das reuniões públicas da assembleia.
A maioria dos Cristãos concordará que Deus tem papéis distintos para o homem e a mulher, e acredita que devam ser observados, mas apenas em nossos relacionamentos naturais em casa. Quando se trata da assembleia, acham que tais distinções de macho e fêmea não devem ser consideradas, porque a Palavra de Deus diz: “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3:28). Muitos teólogos acreditam que essa declaração universal se sobrepõe às ordenanças mais específicas contidas em outras declarações de Paulo em 1 Coríntios 14:34-35 e 1 Timóteo 2:11-12.
Esse mal-entendido vem da falha em se distinguir entre posição e prática. A chave que desfaz essa aparente contradição está em entender o que significa o termo “em Cristo Jesus”. O termo descreve o lugar de aceitação do crente diante de Deus na posição que Cristo ocupa agora como um Homem em glória. Simplificando: “em Cristo” significa estar no lugar de Cristo diante de Deus. É a nossa posição Cristã diante de Deus na nova criação e está inseparavelmente ligada à habitação do Espírito Santo. Paulo usa isso muitas vezes em suas epístolas (Rm 8:1; Ef 1:3; 2 Co 5:17; Gl 6:15; Ef 2:13, etc.). O ponto em Gálatas 3:28 é que todos os crentes, independentemente de sua nacionalidade, origem social ou sexo, são todos igualmente abençoados naquele lugar de aceitação diante de Deus. É um termo posicional. No entanto, 1 Coríntios 14 e 1 Timóteo 2 referem-se a uma ordem prática de coisas entre os Cristãos na Terra. Gálatas 3 está falando do que somos “em Cristo”, mas 1 Coríntios 14 está falando do que devemos fazer “nas assembleias”. Um está diante de Deus no céu; o outro está entre os homens na Terra. Quando entendermos a diferença entre as duas coisas, veremos que os lugares e serviços dos irmãos e irmãs na assembleia são bem distintos.
Alguns acham que essa proibição de mulheres falarem na assembleia se aplicava apenas naquela época à Corinto, que era uma cidade particularmente famosa por ter mulheres escandalosas e despudoradas. É-nos dito que essas mulheres Coríntias continuavam em seus velhos hábitos depois de serem salvas e, assim, isso levou distúrbios às reuniões. A resposta de Paulo a esse problema local era que ficassem em silêncio até saberem como se comportar melhor. Assim, concluem que este preceito do apóstolo não tem aplicação às mulheres na Igreja hoje.
Mais uma vez, é pura suposição dizer que as mulheres estavam agindo assim. As Escrituras não dizem que este foi o problema. Além disso, simplesmente não há verdade na ideia de que essas instruções eram apenas para Corinto. O início desta epístola mostra que os princípios dados na epístola são para mais do que apenas aqueles naquela assembleia, mas para todos os que em todo o lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Co 1:2). Esta mesma passagem em questão em 1 Coríntios 14 nos diz claramente que esse preceito era para “todas as assembleias dos santos” (JND) – não apenas aqueles em Corinto (1 Co 14:33-34).
Vs. 36-38 – Paulo parece antecipar objeções às instruções que deu neste capítulo e, portanto, apressa-se em lembrar aos Coríntios que as coisas que ensinava eram “mandamentos do Senhor”. Não eram seus sentimentos ou crenças pessoais. Ele acrescenta que a prova da espiritualidade de uma pessoa será vista pelo seu reconhecimento de que essas coisas eram do Senhor.
Ele então conclui o assunto dando um princípio governante final: Mas faça-se tudo decentemente e com ordem” (1 Co 14:40).

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