O Lugar das Irmãs em
Reuniões Públicas
(Cap. 14:34-40)
Vs. 34-35 – Na igreja
de Corinto, as irmãs estavam falando nas reuniões de ministério. Pode ser que
estivessem fazendo perguntas. O apóstolo aproveita esta oportunidade para
mostrar o lugar que Deus quer que as irmãs tenham nas reuniões públicas. Elas
não deveriam “falar”, mas “estarem sujeitas, como também ordena a
lei”. Quando uma irmã exerce seu dom de ministrar a Palavra, é chamada de “profetisa” (veja 2 Rs 22:14). Mas
Paulo disse no versículo 29: “E falem dois
ou três profetas”. Ele não disse: “E falem dois ou três profetas e
profetisas”.
Alguns pensaram que
Paulo não estava proibindo as irmãs de ministrar a Palavra, mas simplesmente
restringindo sua tendência de conversar umas com as outras enquanto ocorriam as
reuniões, e assim perturbando. No entanto, a palavra “falar” aqui é a mesma palavra usada no versículo 29, que se refere
aos irmãos (profetas) falando das Escrituras. Se aqui isso significa conversar,
então lá significa conversar! Achamos difícil acreditar que o apóstolo estava
encorajando os “profetas” a
conversarem na reunião, em vez de ministrarem a Palavra. Portanto, concluímos
que as irmãs estavam falando de coisas espirituais, talvez fazendo perguntas
nas reuniões.
A solução de Paulo para
as perguntas que as irmãs pudessem ter, seria perguntar aos seus maridos no
ambiente doméstico, e não nas reuniões. Ele disse: “interroguem em casa a seus próprios maridos”. Alguns se perguntam
o que as irmãs deveriam fazer se não tivessem marido. A resposta está no fato
de que a palavra “maridos” não se
refere exclusivamente a homens casados, mas sim a homens da família. A palavra “maridos” também pode ser traduzida
como “homens” e talvez devesse ser
traduzida assim aqui (At 1:16; 13:38). Portanto, se uma irmã não tivesse
marido, ela poderia perguntar a um dos irmãos.
Paulo não proibiu as
irmãs de orarem ou profetizarem. 1 Coríntios 11:5 permite tal atividade (veja
também At 21:9). Contudo, este capítulo afirma claramente que tal ministério
das mulheres não é permitido “nas
assembleias”. A esfera das irmãs para profetizar é a esfera doméstica, fora
das reuniões públicas da assembleia.
A maioria dos Cristãos
concordará que Deus tem papéis distintos para o homem e a mulher, e acredita
que devam ser observados, mas apenas em nossos relacionamentos naturais em
casa. Quando se trata da assembleia, acham que tais distinções de macho e fêmea
não devem ser consideradas, porque a Palavra de Deus diz: “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem
fêmea; porque todos vós sois um
em Cristo Jesus” (Gl 3:28). Muitos teólogos acreditam que essa declaração
universal se sobrepõe às ordenanças mais específicas contidas em outras
declarações de Paulo em 1 Coríntios 14:34-35 e 1 Timóteo 2:11-12.
Esse mal-entendido vem
da falha em se distinguir entre posição e prática. A chave que desfaz essa
aparente contradição está em entender o que significa o termo “em Cristo Jesus”. O termo descreve o
lugar de aceitação do crente diante de Deus na posição que Cristo ocupa agora
como um Homem em glória. Simplificando: “em
Cristo” significa estar no lugar de Cristo diante de Deus. É a nossa
posição Cristã diante de Deus na nova
criação e está inseparavelmente ligada à habitação do Espírito Santo. Paulo usa
isso muitas vezes em suas epístolas (Rm 8:1; Ef 1:3; 2 Co 5:17; Gl 6:15; Ef
2:13, etc.). O ponto em Gálatas 3:28 é que todos os crentes, independentemente
de sua nacionalidade, origem social ou sexo, são todos igualmente abençoados
naquele lugar de aceitação diante de Deus. É um termo posicional. No entanto, 1 Coríntios 14 e 1 Timóteo 2 referem-se a
uma ordem prática de coisas entre os
Cristãos na Terra. Gálatas 3 está falando do que somos “em Cristo”, mas 1 Coríntios 14 está falando do que devemos fazer “nas assembleias”. Um está diante de
Deus no céu; o outro está entre os
homens na Terra. Quando entendermos a
diferença entre as duas coisas, veremos que os lugares e serviços dos irmãos e
irmãs na assembleia são bem distintos.
Alguns acham que essa
proibição de mulheres falarem na assembleia se aplicava apenas naquela época à
Corinto, que era uma cidade particularmente famosa por ter mulheres
escandalosas e despudoradas. É-nos dito que essas mulheres Coríntias
continuavam em seus velhos hábitos depois de serem salvas e, assim, isso levou
distúrbios às reuniões. A resposta de Paulo a esse problema local era que
ficassem em silêncio até saberem como se comportar melhor. Assim, concluem que
este preceito do apóstolo não tem aplicação às mulheres na Igreja hoje.
Mais uma vez, é pura
suposição dizer que as mulheres estavam agindo assim. As Escrituras não dizem
que este foi o problema. Além disso, simplesmente não há verdade na ideia de
que essas instruções eram apenas para Corinto. O início desta epístola mostra
que os princípios dados na epístola são para mais do que apenas aqueles naquela
assembleia, mas para “todos os que em
todo o lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Co 1:2).
Esta mesma passagem em questão em 1 Coríntios 14 nos diz claramente que esse
preceito era para “todas as assembleias
dos santos” (JND) – não apenas aqueles em Corinto (1 Co 14:33-34).
Vs. 36-38 – Paulo
parece antecipar objeções às instruções que deu neste capítulo e, portanto,
apressa-se em lembrar aos Coríntios que as coisas que ensinava eram “mandamentos do Senhor”. Não eram seus
sentimentos ou crenças pessoais. Ele acrescenta que a prova da espiritualidade
de uma pessoa será vista pelo seu reconhecimento de que essas coisas eram do
Senhor.
Ele então conclui o
assunto dando um princípio governante final: “Mas faça-se tudo
decentemente e com ordem” (1 Co 14:40).
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