3) Profetizando (Ministrando) com Inteligibilidade
(Cap. 14:5-25)
Vs. 5-25 – O apóstolo toca em outro
ponto. Uma pessoa pode ter amor genuíno pelos santos, e pode sentir que o que
tem a dizer é de alguma real substância espiritual, mas pode não ter a
capacidade de expressar seus pensamentos claramente (de uma maneira ordenada)
e, portanto, isso ainda não seria para proveito. Assim, há necessidade de se
falar com amor, mas também com clareza. Também é possível que uma
pessoa esteja cheia de amor, mas seja completamente ignorante da verdade ou não
tenha discernimento sobre como ela deve ser apresentada. Este não falaria para
proveito na assembleia.
Nesta parte do capítulo, ele mostra que,
se uma pessoa não fala clara ou inteligentemente, está realmente dando “um som
incerto” à assembleia. Três instrumentos musicais são usados para ilustrar a
necessidade de clareza no ministério – uma “flauta”,
uma “cítara” e uma “trombeta”. Seu ponto é que, se a
verdade não for claramente apresentada, as pessoas não saberão como responder a
ela porque não sabem o que está sendo dito. Isso mostra a necessidade do dom.
Versículos 10-11 – O ponto que está
trazendo aqui é que, se não houver intérprete na assembleia quando uma pessoa
usa seu dom de falar em línguas, então será como dois estrangeiros tentando
falar um com o outro. Nenhum deles conhece o idioma do outro e, assim, não se
entenderão. Paulo diz: “Há, por exemplo,
tanta espécie de vozes [idiomas]
no mundo, e nenhuma delas é sem significação [indistinguível]. Mas, se eu ignorar o sentido da voz [idioma], serei
bárbaro [estrangeiro] para aquele a quem falo, e o que fala será bárbaro [estrangeiro] para mim”. Ele insiste que nenhuma
língua é “sem significação
[indistinguível]”. Isso prova que o
dom de línguas é o poder de falar em uma língua estrangeira compreensível. As
línguas usadas quando se exerce o dom de línguas são linguagens inteligíveis.
Atos 2:6-8 sustenta isso. Os versículos 10-11 destroem as falsas noções dos
chamados Cristãos pentecostais e carismáticos que pensam que seu balbuciar
ininteligível (que chamam de dom de línguas) são línguas que nenhum outro
humano conhece.
Sendo Gentios convertidos, os Coríntios
corriam o risco de pensar que o dom de línguas era algo com que estavam
familiarizados em seus dias de não convertidos, quando cantavam e faziam suas
devoções diante de seus ídolos (1 Co 12:2). No entanto, o discurso em êxtase e
ininteligível usado pelos idólatras não é o dom de línguas.
Nos versículos 13-17 Paulo amplia o
assunto e aplica o princípio da necessidade de clareza ao sacerdócio, mesmo não
sendo este o assunto do capítulo. Ele fala de cantar e orar e mostra que
clareza é necessária naquela esfera na assembleia também, e não apenas na
esfera do dom. Quando alguém ora audivelmente na assembleia deve falar como
porta-voz da assembleia. Mas se a assembleia não o entende, não pode dar seu “amém”
ao que está sendo dito.
Nos versículos 18-22 o apóstolo mostra
que o lugar apropriado para o dom de línguas está no campo missionário. Ele
diz: “porque falo mais línguas do que
vós todos. Todavia eu antes quero falar na igreja [assembleia] cinco
palavras na minha própria inteligência”. Aqui lhes diz que usou mais
línguas do que todos; no entanto, foi quando estava fora da assembleia, no campo missionário. Quando entrou na
assembleia, ele preferiria falar “cinco
palavras” em uma língua que todos pudessem entender do que usar “dez mil palavras” em uma língua (um idioma
estrangeiro) que ninguém entendesse. Ele não estava menosprezando o dom de
línguas, estava simplesmente lembrando-os de seu lugar apropriado de uso. Ele
conclui dizendo que o dom de línguas deveria ser usado principalmente fora da
assembleia como “um sinal” para
aqueles que não creem. Eles deveriam seguir seu exemplo nisto.
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