segunda-feira, 9 de julho de 2018

3) Ter uma Visão Correta Daqueles que Ministram a Palavra (Cap. 3:21-4:5)

3) Ter uma Visão Correta Daqueles que Ministram a Palavra
(Cap. 3:21-4:5)

Vs. 21- 4:5 – Em terceiro lugar, se há pessoas na assembleia local que fazem muito de seus mestres – colocando-os em pedestais – precisam parar de fazê-lo imediatamente. Esse era exatamente o problema dos Coríntios; eles se gloriavam em seus mestres em torno dos quais se agrupavam. Tinham uma visão distorcida de grandeza daqueles que ministravam entre eles, e tendiam de forma carnal venerá-los. Eles viam “os homens como “árvores que andam” (Mc 8:24), “admirando as pessoas” (Jd 16). Essa ênfase indevida em se gloriar em homens despertou o espírito partidário. Isso alimentou as contendas e criou rivalidades entre os santos em Corinto, causando tristes divisões. O remédio do Apóstolo para isso foi: “Portanto ninguém se glorie nos homens” (V. 21). Ele diz: “porque tudo é vosso”; quer sejam os servos do Senhor ou todas as coisas do mundo, tanto presentes como futuras – até mesmo “vida ou morte”! (vs. 22-23)[1]. Tudo pertence ao Cristão porque é co-herdeiro com Cristo (ARA), Que é o “Herdeiro de tudo” (Rm 8:17; Hb 1:2). Compreender sua posição digna “em Cristo” (que é estar no lugar de Cristo diante de Deus) libertaria os Coríntios de se gloriarem em certos mestres e agruparem-se em torno deles. Estava abaixo da dignidade da posição Cristã fazer tal coisa. Como Cristãos, não pertencemos aos homens e seus partidos, porque todas as coisas nos pertencem em Cristo. Não pertencemos a eles – eles pertencem a nós! Eles foram dados à Igreja como servos para nos ajudar a entender a revelação de Deus e a andar na luz dela (Ef 4:11). Entender isso irá remediar qualquer conceito que tenhamos de colocar os servos do Senhor em pedestais e sermos reunidos sob seus pés como seus seguidores.
O capítulo 4 continua o assunto, mostrando que não é para os santos avaliarem os vários dons que Cristo deu à Igreja. A tendência entre os santos é classificar os servos de Deus por seu conhecimento ou eloquência, mas isso é uma coisa puramente carnal. Devemos considerá-los todos meramente como “ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus”, sem hierarquia (V.1). O verdadeiro valor de um servo aos olhos de Deus é medido por sua fidelidade e não por sua popularidade entre os santos! (v. 2)
Além disso, se alguém começasse a classificar os servos do Senhor de acordo com seus critérios pessoais, os coríntios deveriam seguir o exemplo do apóstolo e desconsiderar esse alguém. Ele disse que tais práticas carnais eram “uma coisa muito pequena” (KJV) para ele porque não confiava nela (v. 3). Paulo não julgaria nem seus próprios trabalhos, mas deixou tudo “até” que o Senhor venha. Então Ele vai avaliar tudo adequadamente no Seu tribunal (Rm 14:10; 2 Co 5:10). Naquele momento, o Senhor examinará até mesmo os motivos por detrás de nossas ações no serviço. Ele “também trará à luz as coisas ocultas das trevas, e manifestará os desígnios dos corações”.
No capítulo 3:13-15, tivemos o Senhor julgando no tribunal nossas obras no serviço; aqui Ele julga nossos motivos no serviço. Isso mostra que somente uma Pessoa divina tendo atributos oniscientes pode avaliar adequadamente o serviço de Seus servos. As Escrituras dizem: “por Ele são as obras pesadas na balança” (1 Sm 2:3). Só Ele é capaz de pesar o motivo por detrás de uma ação. Isso prova a loucura de meras criaturas tentando cumprir tal tarefa. O Cristão mais espiritual, sendo um mero humano, não pode pesar os motivos do coração de outra pessoa – muito menos Cristãos carnais (como os Coríntios) poderiam assumir esse trabalho. Quando Paulo disse: “Nada julgueis antes do tempo”, ele estava se referindo aos motivos do coração no serviço. Em outro lugar nos é dito para julgar as palavras de uma pessoa, seu ministério oral e suas ações (1 Co 5:12, 10:15, 14:29). No tribunal de Cristo, Deus encontrará motivo para recompensar cada um de Seu povo pelo que fizeram por causa de Seu nome. “Então cada um receberá de Deus o louvor” (vs. 4-5).



[1] Podemos nos perguntar de que maneira “vida ou morte” é nossa. Estando em uma posição tão elevada “em Cristo”, o crente é visto acima de tudo na vida e na morte. Tudo o que enfrentamos na vida serve ao propósito de Deus em promover nossa educação e formação espiritual. As experiências da vida, que são ordenadas por Deus, têm finalidade de preparar o Cristão para a cena vindoura de glória. A morte em si mesma é uma inimiga (1 Co 15:26), mas foi anulada (2 Tm 1:10) e foi colocada em um lugar de serventia para os filhos de Deus. Quando as experiências da vida se acabam e terminamos nosso curso neste mundo, a morte é convocada para agir como um serviçal para fazer nada mais do que nos levar para o céu.

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