Serviço Sob o Senhorio de
Cristo
(Cap. 16:10-18)
Vs. 10-18 – Em toda esta passagem de
encerramento, vemos uma bela imagem dos vários servos do Senhor trabalhando em
Sua vinha. Alguns viajavam de um lugar para outro ministrando ao povo do Senhor
– como “Paulo”, “Timóteo” e “Apolo”.
Outros serviam localmente, como “Estéfanas”,
“Fortunato” e “Acaico”. Eles são todos encontrados trabalhando sob o senhorio de
Cristo e sendo dirigidos por Ele em seu trabalho. Não há nenhuma menção deles
se reportando a um conselho missionário que os enviaria para seu local de
trabalho designado, como geralmente é feito hoje. Tal é uma ideia feita pelo
homem que interfere com as responsabilidades imediatas dos servos sob o
senhorio de Cristo.
Este capítulo mostra que quando Cristo
dá dons (Ef 4:11) os homens são diretamente responsáveis para com Ele em seu
ministério. A Cabeça da Igreja está no céu, e dirigirá os membros de Seu corpo
em sua esfera do ministério, se olharem para Ele. Descobrimos que nos primeiros
dias do Cristianismo a obra do Senhor não foi realizada sob uma organização de
homens – nem mesmo dos apóstolos. Isso foi, e ainda é apenas obra do Espírito
de Deus. O que o Espírito então fez, podemos contar com Ele para fazer agora.
As escrituras dizem: “Rogai pois ao
Senhor da seara que mande ceifeiros para a Sua seara.” (Mt 9:38). E novamente: “E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo:
Apartai–Me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então,
jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram. E assim estes, enviados pelo Espírito
Santo, desceram a Selêucia” (At 13:2-4).
Essas referências indicam que os servos
do Senhor devem estar livres para agir sob Sua direção imediata. As Escrituras
não dizem nada sobre servos do Senhor sendo controlados por uma organização
terrena de homens, mas pelo Senhor por meio do Espírito Santo. O Senhor, pelo
Espírito, enviou Paulo e Barnabé para o campo, e não há menção deles
reportando-se a um conselho para direção e apoio nesse serviço. Nem há qualquer
menção dos servos do Senhor naquela época frequentando um seminário antes de
ministrarem. A posse de um dom para ministrar a Palavra era a autorização deles
para usarem esse dom (1 Pe 4:10-11). Deveria ser o mesmo hoje.
A Igreja deveria reconhecer um dom como
sendo enviado pelo Senhor e deveria dar à pessoa “as destras em comunhão” nessa obra que faz, como foi o caso em
Antioquia a respeito de Barnabé e Saulo (At 13:3; Gl 2:9). Pode ser um dom
prático ou apoio financeiro. Mas a Igreja ou qualquer organização
paraeclesiástica envolvida no trabalho de enviar servos está realmente
interferindo na responsabilidade imediata do servo de agir sob a direção do
Senhor. Eles tendem a se tornar servos dessa organização para cumprir seus
objetivos e respondem a ela em seu ministério.
Não vemos nada disso nesta passagem ou
em qualquer passagem nas Escrituras. Anteriormente na epístola, Paulo disse que
encorajaria Timóteo a ir a Corinto e lembrar-lhes de seus caminhos em Cristo, e
os exortou quanto à sua responsabilidade de colocar as coisas em ordem (1 Co
4:17). Este era um belo desejo de Paulo, mas era o máximo que podia dizer.
Nenhum apóstolo tinha autoridade sobre outro servo para mandá-lo para um
trabalho se não se sentisse conduzido a fazê-lo. Eles poderiam recomendar e
encorajar alguém nessa direção, mas, em última instância, a pessoa tem de se
sentir guiada pelo Senhor. Ele diz aqui: “E,
se for Timóteo...” (v. 10). Isso mostra que, embora o apóstolo desejasse
que Timóteo fosse a Corinto, entendia que ele tinha de ser dirigido pelo Senhor
nisso. Havia uma possibilidade de que Timóteo não se sentisse conduzido a ir.
Paulo exortou os Coríntios que “se” ele fosse, que o deixassem estar
entre eles “sem temor”. Timóteo era
um jovem trabalhador tímido e precisavam dar-lhe espaço para exercitar seu dom
no ministério. Com a confusão acontecendo em suas reuniões (1 Co 14:26), alguém
como Timóteo nunca seria capaz de trazer uma palavra. Então Paulo disse: “Portanto, ninguém o despreze” (v. 11).
Timóteo não apenas fez “a obra do
Senhor”, mas a fez da mesma maneira e espírito “como” o apóstolo Paulo. Esta foi uma alta recomendação.
Vemos aqui que “Apolo” não estava sob a direção apostólica (v. 12). Paulo disse
que “desejou grandemente” (KJV) que
Apolo fosse a Corinto, mas ele tinha outros lugares em seu coração. Apolo
recorreu ao Senhor e sentiu-se direcionado a não ir naquele momento. O apóstolo,
tendo expressado seu desejo, respeita suas convicções e deixa o servo do Senhor
livre para agir diante de seu Mestre.
Poderíamos nos perguntar se Paulo não
iria a Corinto por causa dos problemas e por que ele incentivava outros servos
a irem? A razão, acreditamos, é que ele era um apóstolo e seria forçado a agir
em juízo entre eles. Portando essa responsabilidade, desejava que os outros
fossem e procurassem trazê-los ao arrependimento, de modo que quando ele fosse,
ele não teria de agir em julgamento.
Os versículos 13-14 indicam que a
assembleia em Corinto não dependia da vinda dos servos do Senhor para
corrigirem as coisas; eles eram diretamente responsáveis perante o Senhor para
colocar as coisas em ordem. Cinco pequenas exortações se seguem. Todas visavam
incitar os Coríntios a agirem em relação à necessidade de corrigir as desordens
em sua assembleia. Ele diz: “Vigiai,
estai firmes na fé: portai-vos varonilmente, e fortalecei–vos. Todas as vossas coisas sejam feitas com caridade [amor]”.
Vemos no caso de “Estéfanas”, “Fortunato”
e “Acaico”, que também estavam
fazendo a obra do Senhor. Mas foi principalmente em um sentido local. “A família [casa] de Estéfanas” é
colocada diante de nós como modelo de liderança na assembleia. Eles se
destacaram por cuidar do rebanho. Eles tinham “se dedicado [devotado] ao
ministério [serviço] dos santos”
(v. 15). Esta é uma bela recomendação. Nós não lemos que Paulo tivesse nomeado
anciãos naquela assembleia (talvez por causa da carnalidade deles), mas mesmo
que não houvesse ninguém naquele lugar oficialmente, o trabalho de supervisão
continuou.
Este é um exemplo para nós hoje, já que
não temos nenhum apóstolo para indicar os anciãos em nossas assembleias. O
Espírito de Deus ainda pode levantar aqueles que vão liderar e cuidar do
rebanho, e, o trabalho de supervisão ainda pode continuar (At 20:28). Simplesmente
é que não temos nenhum poder apostólico para designá-los oficialmente para esse
lugar. Os Coríntios deviam se “sujeitar”
aos tais (v. 16) e “reconhecê-los”
naquela posição (v. 18). Compare também Hebreus 13:17 e 1 Tessalonicenses
5:11-12.
Descobrimos que, como
era o caso com os outros servos do Senhor, “Estéfanas”,
“Fortunato” e “Acaico” não estavam sob nenhuma direção apostólica. Eles tinham
ido ao apóstolo por sua própria vontade, como guiados pelo Senhor, e supriram
coisas que estavam “faltando” por
parte da assembleia dos Coríntios (v. 17). Esta é uma referência à comunhão
prática deles com o apóstolo que a assembleia, como um todo, não exercitava.
Diante dessa falta, esses três irmãos proviam de seus próprios bolsos.
Como é bom ouvir as preciosidades da palavra de Deus!
ResponderExcluirMaravilhoso aprender mais da palavra de Deus.
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