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1a. Coríntios - A Manutenção da Ordem na Assembleia Local - Bruce Anstey
© Christian Truth Publishing - 9-B Appledale Road Hamer Bay (Mactier) ON P0C 1H0 CANADA - Traduzido, publicado e distribuído no Brasil com autorização do autor por Verdades Vivas - verdadesvivas.com.br
quinta-feira, 6 de setembro de 2018
segunda-feira, 16 de julho de 2018
Saudações Finais (Cap. 16:19-24)
Saudações Finais
(Cap. 16:19-24)
Vs. 19-24 – Várias saudações de várias
assembleias e indivíduos são dadas pelo apóstolo quando ele encerra a epístola.
Paulo queria que os Coríntios soubessem que, embora houvesse -coisas sérias em
sua assembleia que precisassem ser corrigidas, as outras assembleias ainda
estavam em comunhão com eles e os saudavam. Isso foi para confirmar aos
Coríntios que as assembleias de outras partes não os haviam abandonado. Se eles
se recusassem a corrigir aquelas coisas, ações teriam de ser tomadas por meio
das quais eles seriam repudiados como uma assembleia, mas até então ainda
estavam em comunhão. Este é um princípio importante. A presença do pecado em
uma assembleia não faz com que ela deixe automaticamente de ser uma assembleia
reunida ao nome do Senhor (Mt 18:20). É só depois de muita paciência e
admoestação a tal assembleia, que prova estar abrigando mal em seu meio em
obstinação, que uma ação deve ser feita para limpar o nome do Senhor. Outra
assembleia que está moralmente mais próxima do problema– no sentido de ter tido
alguma interação anterior com eles em relação ao problema em questão – deve
agir em nome das assembleias em geral para rejeitar a assembleia em falta. Eles
podem não ser a assembleia geograficamente
mais próxima, mas estão moralmente mais próximos do problema.
Paulo encerra com uma advertência solene
a qualquer um deles que pudesse não ser salvo. Ele diz: “Se alguém não ama ao Senhor Jesus Cristo, seja anátema; Maranata”
(v. 22). “Anátema Maranata”
significa ser maldito quando o Senhor vier. Ele mencionou em vários lugares da
epístola que havia uma forte probabilidade de que houvesse alguns dentre eles
que eram meros professantes. Todo verdadeiro crente “amará” o Senhor Jesus Cristo. Eles provam seu amor a Ele guardando
Seus mandamentos (Jo 14:15; 1 Co 14:37). Aqueles que não andam em obediência
provam que são falsos, e Paulo adverte que sem dúvida julgamento estava
esperando por eles.
A “graça”
do Senhor Jesus Cristo e o “amor” do
apóstolo são recomendados aos Coríntios como o motivo final para forçá-los a agir
lidando com as várias coisas que precisavam ser tratadas em relação às
desordens em sua assembleia (vs. 23-24).
Serviço Sob o Senhorio de Cristo (Cap. 16:10-18)
Serviço Sob o Senhorio de
Cristo
(Cap. 16:10-18)
Vs. 10-18 – Em toda esta passagem de
encerramento, vemos uma bela imagem dos vários servos do Senhor trabalhando em
Sua vinha. Alguns viajavam de um lugar para outro ministrando ao povo do Senhor
– como “Paulo”, “Timóteo” e “Apolo”.
Outros serviam localmente, como “Estéfanas”,
“Fortunato” e “Acaico”. Eles são todos encontrados trabalhando sob o senhorio de
Cristo e sendo dirigidos por Ele em seu trabalho. Não há nenhuma menção deles
se reportando a um conselho missionário que os enviaria para seu local de
trabalho designado, como geralmente é feito hoje. Tal é uma ideia feita pelo
homem que interfere com as responsabilidades imediatas dos servos sob o
senhorio de Cristo.
Este capítulo mostra que quando Cristo
dá dons (Ef 4:11) os homens são diretamente responsáveis para com Ele em seu
ministério. A Cabeça da Igreja está no céu, e dirigirá os membros de Seu corpo
em sua esfera do ministério, se olharem para Ele. Descobrimos que nos primeiros
dias do Cristianismo a obra do Senhor não foi realizada sob uma organização de
homens – nem mesmo dos apóstolos. Isso foi, e ainda é apenas obra do Espírito
de Deus. O que o Espírito então fez, podemos contar com Ele para fazer agora.
As escrituras dizem: “Rogai pois ao
Senhor da seara que mande ceifeiros para a Sua seara.” (Mt 9:38). E novamente: “E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo:
Apartai–Me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então,
jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram. E assim estes, enviados pelo Espírito
Santo, desceram a Selêucia” (At 13:2-4).
Essas referências indicam que os servos
do Senhor devem estar livres para agir sob Sua direção imediata. As Escrituras
não dizem nada sobre servos do Senhor sendo controlados por uma organização
terrena de homens, mas pelo Senhor por meio do Espírito Santo. O Senhor, pelo
Espírito, enviou Paulo e Barnabé para o campo, e não há menção deles
reportando-se a um conselho para direção e apoio nesse serviço. Nem há qualquer
menção dos servos do Senhor naquela época frequentando um seminário antes de
ministrarem. A posse de um dom para ministrar a Palavra era a autorização deles
para usarem esse dom (1 Pe 4:10-11). Deveria ser o mesmo hoje.
A Igreja deveria reconhecer um dom como
sendo enviado pelo Senhor e deveria dar à pessoa “as destras em comunhão” nessa obra que faz, como foi o caso em
Antioquia a respeito de Barnabé e Saulo (At 13:3; Gl 2:9). Pode ser um dom
prático ou apoio financeiro. Mas a Igreja ou qualquer organização
paraeclesiástica envolvida no trabalho de enviar servos está realmente
interferindo na responsabilidade imediata do servo de agir sob a direção do
Senhor. Eles tendem a se tornar servos dessa organização para cumprir seus
objetivos e respondem a ela em seu ministério.
Não vemos nada disso nesta passagem ou
em qualquer passagem nas Escrituras. Anteriormente na epístola, Paulo disse que
encorajaria Timóteo a ir a Corinto e lembrar-lhes de seus caminhos em Cristo, e
os exortou quanto à sua responsabilidade de colocar as coisas em ordem (1 Co
4:17). Este era um belo desejo de Paulo, mas era o máximo que podia dizer.
Nenhum apóstolo tinha autoridade sobre outro servo para mandá-lo para um
trabalho se não se sentisse conduzido a fazê-lo. Eles poderiam recomendar e
encorajar alguém nessa direção, mas, em última instância, a pessoa tem de se
sentir guiada pelo Senhor. Ele diz aqui: “E,
se for Timóteo...” (v. 10). Isso mostra que, embora o apóstolo desejasse
que Timóteo fosse a Corinto, entendia que ele tinha de ser dirigido pelo Senhor
nisso. Havia uma possibilidade de que Timóteo não se sentisse conduzido a ir.
Paulo exortou os Coríntios que “se” ele fosse, que o deixassem estar
entre eles “sem temor”. Timóteo era
um jovem trabalhador tímido e precisavam dar-lhe espaço para exercitar seu dom
no ministério. Com a confusão acontecendo em suas reuniões (1 Co 14:26), alguém
como Timóteo nunca seria capaz de trazer uma palavra. Então Paulo disse: “Portanto, ninguém o despreze” (v. 11).
Timóteo não apenas fez “a obra do
Senhor”, mas a fez da mesma maneira e espírito “como” o apóstolo Paulo. Esta foi uma alta recomendação.
Vemos aqui que “Apolo” não estava sob a direção apostólica (v. 12). Paulo disse
que “desejou grandemente” (KJV) que
Apolo fosse a Corinto, mas ele tinha outros lugares em seu coração. Apolo
recorreu ao Senhor e sentiu-se direcionado a não ir naquele momento. O apóstolo,
tendo expressado seu desejo, respeita suas convicções e deixa o servo do Senhor
livre para agir diante de seu Mestre.
Poderíamos nos perguntar se Paulo não
iria a Corinto por causa dos problemas e por que ele incentivava outros servos
a irem? A razão, acreditamos, é que ele era um apóstolo e seria forçado a agir
em juízo entre eles. Portando essa responsabilidade, desejava que os outros
fossem e procurassem trazê-los ao arrependimento, de modo que quando ele fosse,
ele não teria de agir em julgamento.
Os versículos 13-14 indicam que a
assembleia em Corinto não dependia da vinda dos servos do Senhor para
corrigirem as coisas; eles eram diretamente responsáveis perante o Senhor para
colocar as coisas em ordem. Cinco pequenas exortações se seguem. Todas visavam
incitar os Coríntios a agirem em relação à necessidade de corrigir as desordens
em sua assembleia. Ele diz: “Vigiai,
estai firmes na fé: portai-vos varonilmente, e fortalecei–vos. Todas as vossas coisas sejam feitas com caridade [amor]”.
Vemos no caso de “Estéfanas”, “Fortunato”
e “Acaico”, que também estavam
fazendo a obra do Senhor. Mas foi principalmente em um sentido local. “A família [casa] de Estéfanas” é
colocada diante de nós como modelo de liderança na assembleia. Eles se
destacaram por cuidar do rebanho. Eles tinham “se dedicado [devotado] ao
ministério [serviço] dos santos”
(v. 15). Esta é uma bela recomendação. Nós não lemos que Paulo tivesse nomeado
anciãos naquela assembleia (talvez por causa da carnalidade deles), mas mesmo
que não houvesse ninguém naquele lugar oficialmente, o trabalho de supervisão
continuou.
Este é um exemplo para nós hoje, já que
não temos nenhum apóstolo para indicar os anciãos em nossas assembleias. O
Espírito de Deus ainda pode levantar aqueles que vão liderar e cuidar do
rebanho, e, o trabalho de supervisão ainda pode continuar (At 20:28). Simplesmente
é que não temos nenhum poder apostólico para designá-los oficialmente para esse
lugar. Os Coríntios deviam se “sujeitar”
aos tais (v. 16) e “reconhecê-los”
naquela posição (v. 18). Compare também Hebreus 13:17 e 1 Tessalonicenses
5:11-12.
Descobrimos que, como
era o caso com os outros servos do Senhor, “Estéfanas”,
“Fortunato” e “Acaico” não estavam sob nenhuma direção apostólica. Eles tinham
ido ao apóstolo por sua própria vontade, como guiados pelo Senhor, e supriram
coisas que estavam “faltando” por
parte da assembleia dos Coríntios (v. 17). Esta é uma referência à comunhão
prática deles com o apóstolo que a assembleia, como um todo, não exercitava.
Diante dessa falta, esses três irmãos proviam de seus próprios bolsos.
A Visita Planejada de Paulo a Corinto foi Adiada (Cap. 16:5-9)
A Visita Planejada de
Paulo a Corinto foi Adiada
(Cap. 16:5-9)
Vs. 5-9 – Paulo fala sobre seus planos
de visitar as assembleias na “Macedônia”
e de ir ter com eles em Corinto, mas por enquanto ficaria em “Éfeso” porque ali havia uma porta
aberta no evangelho (vs. 8-9). Isso mostra que não é errado para o servo do
Senhor ter um itinerário ao servi-Lo.
O versículo 6 indica que, embora o servo
possa ter planos definidos em suas viagens, também deve ser flexível nesses
planos. Ele disse que gostaria de ir a Corinto se o Senhor permitisse (vs.
5-6), mas, por enquanto, havia adiado a viagem (v. 7). Se tivesse ido a
Corinto, teria que usar sua autoridade apostólica como uma vara de correção e
julgar muitos deles que estavam em falha. Em vez disso, esperou e procurou
arrependimento neles e a correção das desordens na assembleia. Ele apareceu
dizendo diretamente essas coisas, porque isso poderia ter-lhes dado uma razão
errada para corrigir as coisas. Portanto, sabiamente desistiu e esperou que o
Espírito de Deus agisse neles, produzindo os frutos necessários do arrependimento.
Mais tarde, quando corrigiram as desordens no meio deles, ele escreveu a
segunda epístola e estava livre para lhes dizer por que não foi naquele
momento. Era para “poupá-los” (2 Co
1:23). Ele teria que ter usado seu poder apostólico de maneira disciplinar (1
Co 4:21 – “uma vara”).
EXORTAÇÕES PRÁTICAS DE ENCERRAMENTO (Cap. 16:5-24)
EXORTAÇÕES PRÁTICAS DE ENCERRAMENTO
(Cap. 16:5-24)
Antes de encerrar a epístola, o apóstolo
dá aos Coríntios algumas exortações práticas que esperava que os encorajassem a
fazer a vontade de Deus e as coisas que exortou na epístola.
domingo, 15 de julho de 2018
10) FALHA EM RELAÇÃO ÀS COLETAS (Cap. 16:1-4)
10) FALHA EM RELAÇÃO ÀS COLETAS
(Cap. 16:1-4)
Vs. 1-4 – O apóstolo trata de mais uma
coisa que precisava ser colocada em ordem em Corinto – “a coleta”. O que estava prestes a lhes dizer em relação à coleta
não era algo específico apenas para eles. Ele havia dito o mesmo “as igrejas da Galácia”.
As coletas dos santos devem ser usadas
para as necessidades do povo do Senhor. Pode ser para Seus servos dos quais
recebemos ajuda espiritual (Gl 6:6), ou para necessidades especiais dos pobres
do rebanho (2 Co 8-9). Nesta ocasião Paulo não estava falando de uma coleta
para aqueles que ministravam a Palavra, mas para “os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém” (Rm 15:25-26).
Vemos a sabedoria do apóstolo Paulo aqui ao ter esperado que esta situação
surgisse antes de dirigir-se aos santos sobre este assunto. Se fosse para os
cooperadores, teria parecido afinal que Paulo realmente queria uma oferta dos
Coríntios. Mas essa não era sua intenção (2 Cor 12:17). Assim, prudentemente
esperou por esse momento, quando houvesse necessidade para outros. Então
falaria sobre a coleta e a distribuição dela.
Os santos em Jerusalém eram pobres por
várias razões. Sua fé no Senhor Jesus os havia levado a uma severa “perseguição” (At 8:1), e muitos deles
tiveram suas posses terrenas confiscadas (Hb 10:34). Alguns deles foram mortos
e, portanto, deixaram para trás viúvas e órfãos que precisavam de apoio. Havia
também uma “grande fome” nessa área,
e isso pressionava os santos além da medida (At 11:28-30). O que piorou as
coisas foi que os santos em Jerusalém, em seu zelo pelo Senhor, haviam vendido
seus bens e suas terras e casas (At 2:44-45, 4:34-35). Quando o problema
surgiu, ampliou o problema deles, pois não tinham para onde ir para comer e se
abrigar.
Nosso Todo-sábio Deus teve Suas boas
razões ao permitir surgir necessidade em Jerusalém e na Judéia. Tornou-se uma
ocasião para os Cristãos Gentios terem comunhão com os crentes Judeus,
unindo-os de uma maneira muito prática. Os santos Judeus podem ter tido ideia
de não precisarem dos crentes Gentios, ou que os Gentios estavam em uma classe
abaixo deles, mas esta oferta dos crentes Gentios para os pobres santos Judeus
em Jerusalém ajudou a dissipar isso. Isso fez com que os crentes Judeus
elevassem seus corações em agradecimento e apreciação genuína por seus irmãos
Gentios (2 Co 9:11-13). Se houvesse alguma reserva em relação aos Gentios
convertidos antes desta provação, essa expressão de amor e companheirismo a
dissipou.
Paulo lhes disse que deveriam ter
cuidado em ter uma coleta regular “no
primeiro dia da semana”. Este era o dia em que os santos se reuniam
universalmente para partir o pão (At 20:7). Hebreus 13:15-16 conecta esse tipo
de oferta com “sacrifício de louvor a
Deus” (KJV). Ambos são uma função sacerdotal. De fato, ambos são
considerados um “sacrifício” a Deus.
Todas essas ofertas monetárias são dadas ao Senhor como parte de nossa
adoração. Uma vez que esta passagem em 1 Coríntios 16 corresponde com Atos
20:7, quando os santos estivessem reunidos para partir o pão, é justo supor que
ambas as ofertas a Deus seriam dadas ao mesmo tempo na festa da lembrança.
Paulo disse que “cada um de vós” em comunhão deveria ofertar. Alguns erroneamente
pensaram que o marido, que é o cabeça da casa (e aquele que geralmente traz o
dinheiro para a casa), deveria dar em nome de sua casa. Portanto, não haveria
necessidade de a esposa também contribuir.
Isto é o que foi feito no Judaísmo (Nm
7:2), e era certo e apropriado para os Judeus em uma religião natural. No
entanto, o Cristianismo é um contraste direto com o Judaísmo, e não nos
aproximamos de Deus naquele terreno hoje em dia (Jo 4:21-24). Praticar tal
coisa no Cristianismo é confundir relacionamentos naturais com os novos
relacionamentos espirituais para os quais fomos trazidos. No Cristianismo, não
adoramos a Deus como membros de uma família, mas como membros do corpo de
Cristo (1 Co 10:17). A esposa é um membro do corpo de Cristo tanto quanto seu
marido e deve participar desse aspecto da adoração. Essa ideia equivocada pode
ter sido emprestada inadvertidamente do denominacionalismo Cristão. Tais
organizações se aproximam de Deus no que eles chamam de “Adoração em Família”,
mas é mal entendimento da verdadeira adoração Cristã. Uma vez que ambos, irmãos
e irmãs, são sacerdotes, nenhum deles deve ser impedido nesta função sacerdotal
(Hb 13:15-16). Ser casado não deve impedir uma irmã desse privilégio. Ela ainda
continua sacerdotisa depois de casada.
As dádivas deveriam ser guardadas até
que alguém que estivesse viajando para Jerusalém pudesse levar-lhes a oferta.
Note que tudo que tem a ver com o manuseio do dinheiro do Senhor deve ser feito
acima de qualquer suspeita. Uma vez que conheciam melhor o caráter dos que
estavam naquela assembleia, Paulo disse que deveriam escolher “quem quer que” (JND) achassem melhor
para levar as dádivas (v. 3; 2 Co 8:19). Desta forma, estariam “zelando do que é honesto, não só diante do
Senhor, mas também diante dos homens” (2 Co 8:21).
O MOMENTO da Ressurreição (Cap. 15:51-58)
O MOMENTO da Ressurreição
(Cap. 15:51-58)
Vs. 51-58 – Ele prossegue para nos dizer
sobre o “mistério” da ressurreição e
glorificação dos santos. Ele diz: “Nem
todos dormiremos”, o que significa que nem todos os santos morrerão e,
portanto, não precisarão de ressurreição. Mas nos assegura que “todos seremos transformados”
para esse estado glorificado.
Ele identifica duas classes de santos
que estão atualmente em dois estados diferentes: aqueles que morreram e aqueles que estão vivos na Terra. Um é o “corruptível” e o outro é o “mortal”. O “corruptível” refere-se aos corpos dos santos que morreram. Seus
corpos estão se decompondo na sepultura, mas “num momento, num abrir e fechar de olhos”, o “corruptível” se revestirá de “incorruptibilidade”.
O “mortal” refere-se aos corpos dos
santos que ainda estão vivos. Naquele mesmo momento, o “mortal” se revestirá de “imortalidade”.
Isso mostra que somente aqueles cujos corpos estão em estado de corrupção (os
mortos em Cristo) experimentam a ressurreição. Os santos vivos não precisam de
ressurreição, mas precisam ser “transformados”
para seu estado glorificado.
Ao contrário do que muitos pensam essa
passagem não fala do arrebatamento. É
verdade que a glorificação dos santos e o arrebatamento acontecem ao mesmo
tempo – “Num momento, num abrir e fechar
de olhos” – mas o chamado dos santos para o céu não é mencionado aqui. A
palavra “arrebatamento” significa arrancar ou raptar. Isto é o que acontecerá aos santos na vinda do Senhor. Esta
passagem, no entanto, não chega a falar dos santos sendo levados para o céu,
mas se concentra apenas na mudança de seus corpos. Trata estritamente de sua
mudança ao seu estado glorificado. A menção da “última trombeta” sincroniza esta passagem com 1 Tessalonicenses
4:15-17, que fala do arrebatamento dos santos para o céu, por isso sabemos que
isso acontece neste momento. É o “último”
evento na Terra em relação aos tratamentos atuais de Deus com os homens no dia
da graça.
Os versículos 55-56 nos dizem que na
própria cena em que a morte reinou (neste mundo) haverá uma vitória triunfante,
e a exclamação será feita: “Onde está, ó
morte, o teu aguilhão? Onde está, ó Hades (JND), a tua vitória?” É uma dupla “vitória”.
A “morte” que reivindicou o corpo, e
o “Hades” (JND) que segurou os
espíritos desencarnados dos santos, sucumbirão à vitória de Cristo.
Três Fases da Vitória sobre a Morte
A remoção completa e final da morte na
criação ocorre em três fases:
Primeiramente,
para o crente, a morte é “anulada”
agora pela ressurreição de Cristo (2 Tm 1:10 – JND). Isto é, o terrível fator
da morte foi retirado. Visto que Cristo desceu ao “pó da morte” e a anulou (Sl 22:15), resta apenas sua “sombra” para os filhos de Deus passarem
(Sl 23:4). Antes da morte e ressurreição de Cristo, Satanás exerceu “o poder da morte” sobre as
consciências dos homens, fazendo-os temer o que está além dela. Ele usou “o rei dos terrores”, que é o medo da
morte, para sua vantagem, mantendo os homens em cativeiro e medo (Jó 18:14).
Mas Cristo entrou na morte e roubou do diabo seu poder para aterrorizar o
crente com a morte. No outro lado da morte, o Senhor agora está com as “chaves da morte e do Hades” (ATB) em
Suas mãos, e Ele está dizendo: “mas eis
que estou vivo pelos séculos dos séculos, e tenho as chaves da morte e do Hades”
(Ap 1:18 – ATB). Ele conquistou a morte tendo soltado suas “ânsias” (At 2:24). As ânsias são medos
em conexão com o que está além da morte. Desde que Cristo soltou as ânsias da
morte, o crente iluminado que a enfrenta não precisa temer.
Em segundo
lugar, na vinda do Senhor, Ele efetuará uma grande “vitória” sobre a morte e o Hades. Os corpos dos santos vivos serão
“transformados” para um estado
glorificado, onde não serão mais afetados pela morte (Fp 3:21). Os santos que
terão morrido serão ressuscitados e glorificados, e “transformados” para um estado glorificado. Assim, também não
estarão mais sujeitos à morte.
Em terceiro
lugar, após o milênio, o Senhor destruirá a morte completamente, lançando “a morte e o Hades” (JND) no “lago de fogo” (Ap 20:14; 1 Co 15:26).
Portanto, houve uma anulação da morte agora, mas haverá uma grande vitória sobre a morte na vinda do Senhor (no que diz respeito aos
santos); e depois do Milênio, haverá a completa destruição da morte.
Esses fatos concernentes à vitória de
Cristo sobre a morte levaram o apóstolo a falar de dois efeitos práticos que
devem resultar em todo Cristão de mente correta. A primeira é dar graças (v. 57) e a segunda é a energia em servir ao Senhor (v. 58).
Que tremendo poder a ressurreição tem em
nossas vidas praticamente, e que maravilhosa esperança ela dá. Cristo está vivo
por meio da ressurreição e Ele nos ressuscitará para viver com Ele (1 Ts 5:10).
Que maior incentivo, que maior motivo poderíamos ter para viver e servi–Lo?
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