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FALHA EM MANTER A UNIDADE NA ASSEMBLEIA
(Caps. 1: 10–4: 21)
AS CARACTERÍSTICAS DA DIVISÃO
Vs. 10-16 – Paulo tinha ouvido
falar que havia partidos na assembleia local em Corinto e imediatamente se
volta para resolver esse problema. Era necessário corrigir primeiro esta
desordem, pois sem estar a unidade restaurada na assembleia não haveria poder
para lidar com os outros males que precisavam ser julgados. Tomar decisões de
assembleia seria quase impossível se a assembleia permanecesse em um estado
dividido.
Os Coríntios estavam andando como
homens carnais e imersos no mundo ao seu redor, que estava cheio de escolas de
opinião lideradas por vários filósofos. De maneira semelhante, eles formaram
diferentes partidos na assembleia sob a liderança de certos homens dotados e se
organizaram em torno deles de acordo com suas preferências pessoais. No
entanto, essa ideia mundana ameaçava o testemunho público da unidade da
assembleia em Corinto. Este era um problema comum no mundo e o pensamento
mundano estava entrando na assembleia.
V. 10 – Paulo começa rogando aos
Coríntios em “nome de nosso Senhor Jesus
Cristo” que esse não fosse o caso entre eles, e que procurassem corrigir o
problema imediatamente. Ao trazer o nome do Senhor, como o fez, estava
mostrando que não era apenas sua ideia para com eles, mas que era a vontade do
Senhor (1 Co 14:37). E se continuassem como estavam, claramente não estariam
vivendo sob a autoridade do Senhorio de Cristo.
Paulo lhes diz que, para que uma
assembleia exista em um estado saudável, não pode haver “dissenções [cismas]” (a mesma palavra no Grego) entre
eles. Isso se refere a um partido interno
entre irmãos, mesmo que todos pudessem estar se reunindo exteriormente como uma
só companhia (grupo). Então, ele diz que uma assembleia apropriadamente ordenada,
de acordo com a vontade de Deus seria “unida
em um mesmo sentido [mente] e em um mesmo parecer [opinião]”. Ao afirmar isso, Paulo procura alcançar a consciência deles e
realmente demonstra como essas coisas se desenvolvem. As divisões entre o povo
do Senhor começam com algo tão pequeno quanto as diferenças de “opinião” e de pareceres (v. 10). Essas
diferenças levarão a “contendas
[disputas]” (v. 11). E, se as contendas
e disputas não forem julgadas, elas se desenvolverão em “divisões [cismas]” (vs.
12–13).
Mais adiante, na epístola, Paulo
diz aos Coríntios que as “divisões
[cismas]”, se não julgadas, levarão
a “heresias [seitas]” (1 Co
11:18–19). Isso é ainda mais sério. Uma seita ou heresia (a mesma palavra no Grego)
é uma divisão ou separação externa
entre os santos, onde um grupo se separa e começa a se reunir de forma independente.
Isso significava que o problema da divisão entre os santos de Corinto era um
mal sério e que precisava ser corrigido imediatamente.
V. 11 – Esse problema entre eles
não era apenas boato; Paulo indica a fonte da qual ele ouvira essas coisas. Era
da “casa de Cloe”. Isso enfatiza um
princípio que deve sempre ser aplicado ao lidar com problemas na assembleia –
tudo deve ser feito “por boca de duas ou
três testemunhas” (2 Co 13:1).
Vs. 12-13 – Os grupos ou divisões
que se formaram entre os Coríntios não eram, na verdade, em torno de “Paulo”, “Apolo” e “Cefas”
(Pedro), embora Paulo use seu nome e de outros proeminentes trabalhadores. No
capítulo 4:6 ele menciona que propositalmente “eu as apliquei figuradamente” (ATB) os nomes dos líderes no meio
deles para si mesmo e para os outros servos do Senhor, a fim de mostrar seu
ponto de vista aos Coríntios. Usando tato espiritual e delicadeza, ele não
queria identificar por nome as pessoas em torno de quem estavam se juntando,
para que não dissessem que Paulo estava com ciúmes deles. Portanto, usou a si
mesmo e Apolo, etc., apenas por ilustração. Sempre que faz referência a esses grupos
e seus líderes, transfere a aplicação para si mesmo e para Apolo, etc. (1 Co
1:12, 3:4, 3:22, 4:6). De todos os cismas em seu meio, “eu de Cristo” era talvez o pior de todos, pois implicava que eles
eram os únicos de Cristo!
Vs. 14-17 – Tais eram as inclinações
dos Coríntios que Paulo estava agradecido de que quando esteve entre eles,
deixou que outros batizassem, para que não usassem de seu nome para formarem um
partido em torno de si. No entanto, batizou “Crispo e Gaio” e “a casa de
Estéfanas”, os primeiros crentes naquela região (1 Co 16:15). Depois disso,
deixou que outros fizessem esse trabalho para que não parecesse que era o
fundador de alguma nova seita. Este é um princípio sábio e deve ser aplicado
hoje em dia no serviço Cristão. Aqueles que são proeminentes e dotados devem
deixar certas tarefas para outros na obra do Senhor, de modo a tirar os
holofotes de si mesmos. Isso ajudará a neutralizar quaisquer ideias que o povo
do Senhor tenha de querer se reunir em torno de um único servo.
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